quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Halloween nos Estados Unidos: trick-or-treat




Hoje é a data em que toda escola de inglês tira para fazer uma festinha de terror. O Halloween, dia tradicional em alguns países como Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Inglaterra, remonta às antigas celebrações pagãs dos povos celtas. Era conhecido como a noite sagrada (hallow evening). Acabou virando "Dia das Bruxas" em muitos países de língua portuguesa, por causa de vários mal-entendidos com a igreja católica. Mas essas picuinhas do passado não vêm ao caso.

Há cinco anos passei um Halloween nos Estados Unidos e o dia 31 de outubro é uma tremenda lambança: curioso e divertido. Todas as casas colocam abóboras nas portas, muitas formando aquela lanterna chamada de jack o´lantern, com buracos que lembram bocas e olhos com uma vela dentro. As crianças saem de casa em casa vestidas de bruxinhas (ou fadinhas!) pedindo trick-or-treat - travessuras ou gostosuras.

Nesse dia, é recomendado deixar uns bombonzinhos ou pirulitos à vista. Quem não dá nada às crianças que participam da brincadeira acabam tendo que enfrentar as peraltices dos anjinhos. Até nós entramos no clima e levamos umas abóboras para casa - vendidas aos quilos pelos supermercados de lá.


Foto: Raul Mattar

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Albergues no Brasil

Muita gente reclama de que viajar pelo Brasil sai mais caro do que ir ao exterior. Em termos, isso é verdade. Se não fossem os pacotinhos das grandes operadoras alguns destinos nacionais seriam inviáveis. Mas é possível fazer roteiros bem em conta comprando passagens aéreas promocionais e, por que não, ficando nos albergues tupiniquins. Os da rede Hostelling International têm um padrão a ser seguido. E ainda que exista um albergue melhor do que o outro, todos devem ter - por imposição da franquia - alguns requisitos básicos: cama decente, banheiro limpo e, muito desejável, cozinha para o hóspede.

Por aqui existe um enorme preconceito com este tipo de hospedagem porque o nome remete aos tradicionais "albergues noturnos", uma rede brasileira de proteção à população de rua - que é famoso por albergar pessoas que não têm o que comer nem onde passar a noite. Quando falei uma vez para uma aluna que eu ficava hospedada em albergues na Europa ela soltou um "oh, coitada" e ficou me olhando cheia de compaixão.

Até eu explicar que focinho de porco não é tomada, a mocinha deve ter pensado horrores das minhas aventuras matraqueiras. É bom que saiba: no Brasil, as instalações geralmente são simples e módicas como as diárias - a partir de R$ 15,00 por pessoa em quarto coletivo. Assim como a tendência mundial, a maioria já oferece quarto duplo com banheiro privativo. Fica em média R$ 60,00 - o casal.

Existem alguns destaques como o Paudimar, em Foz do Iguaçu; o Fazenda Tororomba, em Ilhéus e o Recanto dos Carvalhos, em São Lourenço. São considerados uma espécie 5 estrelas no reino dos albergues. Mas isso não significa luxo, amenities nos banheiros nem lençóis de linho egípcio. E, sim, que oferecem uma excelente infra-estrutura, alguns com piscina, sala de jogos e quartos menos claustrofóbicos.

Vamos à listinha dos albergues da juventude do Brasil que - como já foi dito - podem ser freqüentados por pessoas de qualquer idade. Lembrando que associados com carteirinha obtêm descontos nas tarifas!



AMAZONAS

Manaus - AM | Hostel Amazonas e Hostel Manaus

BAHIA


Arraial D´Ajuda - BA | Arraial D´Ajuda Hostel
Ilhéus - BA | AJ Fazenda Tororomba Hostel
Itacaré - BA | AJ Itacaré Hostel
Lençóis - BA | AJ Chapada Hostel
Mata de São Josão - BA | AJ Praia do Forte Hostel
Morro de São Paulo - BA | Hostel Morro de São Paulo
Porto Seguro - Ba | AJ Maracaia Hostel
Porto Seguro - BA | Porto Seguro Hostel
Salvador - BA | AJ Porto Hostel
Salvador - BA | AJ Laranjeiras Hostel

CEARÁ

Fortaleza - CE | AJ Atalaia Hostel
Jericoacoara - CE | AJ Jericoacoara Hostel

MARANHÃO

São Luís - MA | AJ Solar das Pedras Hostel

MINAS GERAIS

Alto Caparaó - MG | AJ Pico da Bandeira Hostel
Belo Horizonte - MG | AJ Chalé Mineiro Hostel
Belo Horizonte - MG | AJ Sossego da Pampulha Hostel
Conceição do Mato Dentro - MG | Tabuleiro Eco Hostel
Diamantina - MG | HI Hostel Diamantina
Mariana - MG | Hi Hostel Mariana
Ouro Preto - MG | AJ Brumas Hostel
São João Del Rey - MG | Vila Hostels
São Lourenço - MG | AJ Recanto dos Carvalhos Hostel

MATO GROSSO DO SUL

Bonito - MS | AJ Bonito Hostel
Corumbá - MS | AJ Corumbá Hostel Internacional

MATO GROSSO

Cuiabá - MT | AJ Portal do Pantanal Hostel

PARÁ

Belém - PA | Amazônia Hostel

PARAÍBA

Jacumã - PB | Hostel do Inglês
João Pessoa - PB | Manaira Hostel

PERNAMBUCO

Olinda - PE | AJ Olinda Hostel
Porto de Galinhas - PE | AJ A Casa Branca Hostel
Recife - PE | Boa Viagem Hostel

PARANÁ

Curitiba - PR | AJ Curitiba Eco Hostel
Curitiba - PR | AJ Roma Hostel
Foz do Iguaçu - PR | Paudimar Hostel
Foz do Iguaçu - PR |  AJ Paudimar Falls Hostel
Guaraqueçaba - PR | Superagüi Hostel
Guaratuva - PR | Guaratuba Hostel
Ilha do Mel - PR | AJ Zorro Hostel
Matinhos - PR | Beira Mar Hostel
Paranaguá - PR | AJ Hostal Continente

RIO DE JANEIRO

Arraial do Cabo - RJ | AJ Marina dos Anjos Hostel
Barra do Piraí - RJ | AJ Na Toca Hostel
Búzios - RJ | AJ Búzios Hostel
Búzios - RJ | AJ Búzios Central Hostel
Cabo Frio - RJ | AJ Peró Hostel
Ilha Grande - RJ | AJ Resta 1
Ilha Grande - RJ | Holandês Hostal
Nova Friburgo - RJ | AJ Alê Friburgo Hostel
Paraty - RJ | AJ Casa do Rio Hostel
Petrópolis - RJ | AJ Quitandinha Hostel
Rio de Janeiro - RJ | Rio Rockers Hostel
Rio de Janeiro - RJ | Copa Hostel
Rio de Janeiro - RJ | AJ Adventure Hostel
Saquarema - RJ | AJ Sobre o Mar
Teresópolis - RJ | AJ REcanto do Lord Hostel

RIO GRANDE DO NORTE

Natal - RN | AJ A Lua Cheia
Natal - RN | AJ Verdes Mares Hostel
Tibau do Sul - RN |  Pipa Hostel


RIO GRANDE DO SUL

Bento Gonçalves - RS | AJ Casa Mía Hostel
Canela - RS | AJ Viajante Hostel
Gramado - RS | AJ Gramado Hostel
Nova Petrópolis - RS | AJ Hospedaria Bom Pastor Hostel
Porto Alegre - RS | Hostel Elevado
Porto Alegre - RS | Hostel Minuano
São Miguel das Missões | AJ Missões Hostel

SANTA CATARINA

Balneário Camboriú - SC | Rezende Hostel
Florianópolis - SC | AJ Canasvieiras Hostel
Florianópolis - SC | AJ Ilha de Santa Catarina
Garopaba - SC | AJ Praia do Ferrugem Hostel
Laguna - SC | AJ Laguna Hostel
Porto Belo - SC | AJ Porto Belo Hostel

SÃO PAULO

Brotas - SP | AJ Natural Hostel
Campos do Jordão - SP | AJ Campos do Jordão Hostel
Ilha Bela - SP | Bonns Ventos Hostel
São Paulo - SP | AJ Praça da Árvore Hostel
São Paulo - SP | Sampa Hostel
São Paulo - SP | São Paulo Hostel
São Sebastião - SP | AJ Camburi Hostel
São Vicente - SP | Mosteiro Hostel
Ubatuba - SP | Tribo Hostel

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Albergues no mundo

Eles são chamados de hostels e em Portugal, por exemplo, recebem o pomposo nome de Pousadas da Juventude. O que importa é que os albergues continuam sendo a opção number one de quem quer gastar pouco em hospedagem. E não precisa nem ser mochileiro ou muito jovem para isso.
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Ainda que a maioria ofereça quarto coletivo com banheiros nos corredores, muitos já têm a opção de quarto duplo ou família com suíte. É necessário ter uma
carteirinha para obter a tarifa mais barata. Mas quase todos aceitam hóspedes não-filiados (que pagam um valor maior). Os da rede Hostelling International são mais conhecidos. Mas existem diversos hostels espalhados pelo mundo com a mesma filosofia - fazer intercâmbio cultural e conhecer gente de todos os cantos - com preços bem atrativos. Eu recomendo de olhos fechados.
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Já fiquei em diversos albergues. O mais barato foi o de Istambul: US$ 9,00 (nove dólares!) com as três (eu disse as três!) refeições incluídas e o quarto era duplo! O mais caro de todos foi em Zurique, na Suíça: US$ 30,00 por noite em quarto coletivo. Mas foi o melhor café da manhã de todos os hostels pelos quais passei. Tinha cereais, iogurte natural, diversos tipos de pães e geléias. Só não espere atendimento vip nem ninguém para carregar suas malas.

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Aí vai a listinha que ficará a sua disposição ali na barra lateral, no Matraca´s Utility.


IYHF - Site Oficial Hostelling International

Hi Hostels - Site Oficial Reservas On Line

Alemanha

América Latina

Argentina

Austrália

Austria

Bélgica

Bolívia

Canadá

Chile

China

Colômbia

Coréia do Sul

Costa Rica

Croácia

Dinamarca

Escócia

Espanha

Estados Unidos

França

Holanda

India

Inglaterra e País de Gales

Itália

Japão

Mexico

Noruega

Nova Zelândia

Peru

Polônia

Portugal

Russia

Suécia

Suiça

Tailândia

Turquia

Uruguai

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Matraca na cozinha: bolo de caneca



E não é que funciona mesmo? Para mim - adepta do bom, bonito e barato (nesse caso, ainda por cima rápido e charmoso) - o bolo de caneca é a receita do século. Em menos de 10 minutos está pronto. Fica parecido com aqueles bolos de padaria, que têm a massa no ponto - nem muita seca nem muito esfarelenta. Existem mil receitas perambulando pela Internet. Fiz o de cenoura. Dá para comer de colher ou desenformar e colocar num prato, enfeitado com calda. Vamos à receitinha!

Ingredientes:

Escolha uma caneca de 300 ml (para não vazar durante o cozimento)
1 ovo pequeno
5 colheres rasas (sopa) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de óleo
4 colheres (sopa) de leite
4 colheres rasas (sopa) de açúcar
2 colheres rasas (sopa) de cenoura batida no mixer
1 colher (café) de fermento em pó

Modo de preparo:

Bata o ovo na caneca com um garfo. Acrescente todos os ingredientes, deixando a farinha de trigo e o fermento por último. Misture bem até dar aquele ponto de massa de bolo. Leve ao microondas por três minutos em alta potência. Está pronto. Não coloque mais tempo no micro porque a massa continuará cozinhando sozinha.

Dicas da matraca:

Para poder desenformar é necessário untar outra caneca com margarina e farinha e transferir a massa. No de cenoura dá para fazer uma caldinha de chocolate: misture duas colheres (sopa) de leite condensado com uma colher rasa (sopa) de achocolatado. Leve ao micro por um minuto e derrame sobre a caneca. Fiz o meu sem caldinha porque estou de dieta pós parto. Rá rá! Para fazer um bolinho tradicional troque a cenoura por fubá e ponha uma pitada de erva doce.

Foto: Matraca´s Image Bank

domingo, 26 de outubro de 2008

Top 10 Matraqueando

Analisando os dados fornecidos pelo serviço de estatísticas SiteMeter fiz um levantamento dos posts mais acessados desde que o blog foi criado. Abaixo, listo o top ten Matraqueando, os 10 mais visitados! Aí vão os indicados para você conhecer ou rever parte do nosso conteúdo:

1º - Os 10 mandamentos do viajante
2º - Os sete pecados capitais do turista
3º - Buenos Aires
4º - O que levar na bagagem de mão
5º - Espanha
6º - Rio de Janeiro
7º - Viajar é uma ousadia
8º - Nhoque da fartura
9º - Portugal
10º - O pão brasileiro

Interessante saber:

Os dois primeiros lugares são, não só campeões de visitas aqui, como alguns dos posts mais copiados por outros blogs ou sites. Aos que deram crédito, obrigada. Os que não deram já estão sendo cordialmente notificados e espero que regularizem a questão o mais rápido possível.

O post de Buenos Aires se manteve por muitos meses na liderança. Mas com o fim da muvuca vamu-todo-mundo-pra-Argentina ele caiu para o terceiro (e respeitado!) lugar!

Todo dia 29 de cada mês o Matraqueando recebe dezenas de visitas a mais, de gente que chega aqui via google, por conta do post Nhoque da Fartura, o 8º mais acessado.

Antes de eu publicar o post sobre o Rio de Janeiro, Florianópolis reinava absoluta entre os destinos nacionais preferidos dos matraqueadores. Mas com a entrada da matéria sobre a cidade maravilhosa, Floripa perdeu o posto. Mas está quase lá. Atualmente é o 11º  link mais visitado.

Os posts publicados em outubro sobre algumas cidades da Itália, como RomaPisaMilão e Florença bateram recordes de audiência este mês e pode ser que logo, logo entrem para o Top 10.

Não incluí na seleção os posts do Matraca´s Utility porque esses são hour concours, líderes de audiência por sua natureza de serviço e utilidade pública. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Os minininhos




Ninhos de batata com creme de queijo cremoso e bacon crocante. Você acaba de conhecer os Minininhos: uma porção de nome curioso elaborada pelo chef do Beto Batata. São seis unidades a R$ 11,00.  Fomos lá ontem - Raul, Mariana e eu - e adoramos a entradinha.



A casa é especializada em batata suíça e o ambiente, todo design. Bom atendimento. Eles têm quatro restaurantes em Curitiba. Também servem almoço, oferecem sobremesas saborosas e apresentam carta de vinhos. No mínimo, happy hour garantido.

Fotos: Matraca´s Image Bank

Manaus: mercado municipal



Segundo dia em Manaus e meu tempo estava acabando. Deixei para passar por último no Mercado Municipal Adolpho Lisboa e  quando cheguei faltava pouco para fechar. Fiquei uns 45 minutos lá dentro. Pena, pena... não consegui tirar fotos que  pudessem retratar a arquitetura inusitada do lugar. O prédio, também construído nos tempos áureos do Ciclo da Borracha, é todo em art nouveau, bem rococó. Foi inspirado no extinto mercado Les Halles, de Paris.





O edifício é totalmente singular, uma antítese do que você vai encontrar nos boxes com produtos regionais e artesanato indígena. Localizado às margens do Rio Negro, boa parte do mercadão é dedicada aos peixes. Tambaqui, tucunaré e tantos outros típicos da Amazônia estão distribuídos por enormes bancadas. Eu, como sabem, doutora em biologia, não tenho a menor idéia de qual é a espécie da foto acima.  Mas experimentei costela de tambaqui em um dos  restaurantes da cidade. O peixe tem espinhas tão grandes que pareciam pequenas costelinhas de leitão.



Outro produto vendido a rodo por ali é o tucupi: um molho amarelo extraído da mandioca brava usado em diversos pratos da Amazônia. O armazenamento é bem informal (nesse caso, vou resmungar: informal demais para o meu gosto). O líquido fica exposto em tonéis - para você levar à granel quanto desejar ou já vem em embalagens "próprias" de garrafas pet.



O mercado municipal manauara é excelente também para os regalitos de viagem. Eu (isso foi há oito anos, hoje estou curada) - trouxe um tucano de madeira, miniaturas de arco e flecha e um cocar!  Um c-o-c-a-r! Vou começar já a campanha: Prêmio Nobel do Artesanato aos inventores dos imãs de geladeira, já!

Fotos: Matraca´s Image Bank


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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Manaus: Teatro Amazonas



Com minha mega-top-de-linha máquina comprada na zona franca de Manaus (uma canonzinha de meia-tigela) saí fotografando tudo pela cidade. Mas eu não tinha tripé e as fotos internas do teatro só prestaram para eu poder olhar sempre meu álbum e querer voltar. (De preferência com o Raul e a máquina dele.) Antes de falar do teatro que mais me impressionou nos últimos anos é bom saber: Manaus completou em outubro 339 anos. São mais de três séculos de contrastes. No príncipio foram os embates entre índios e colonizadores europeus. Hoje, a floresta amazônica resiste ao lado de um grande pólo industrial. A cidade é uma das maiores exportadoras de produtos eletrônicos do mundo.




Nesse meio tempo calhou de surgir o momento fru-fru de Manaus. O  Ciclo da Borracha foi um período em que a capital entrou para o rol das cidades mais prósperas da Terra. O látex retirado das seringueiras era uma mercadoria muito visada na Europa e Estados Unidos. Para consagrar essa época foram construídos vários prédios e casarões em estilo belle époque. O Teatro Amazonas, do século 19, foi o maior deles com capacidade para 685 pessoas e três andares de camarotes. O salão nobre tem características barrocas. Destaque para a pintura de teto chamada A Glorificação das Bellas Artes na Amazônia, de 1889, feita pelo artista italiano Domenico de Angelis.

 

É a construção histórica mais importante da cidade. Tem telas pintadas em Paris, lustres trazidos de Veneza e a pintura do pano de boca do palco - idéia do cenógrafo Crispim do Amaral -  faz referência ao encontro das águas dos Rios Negro e Solimões. Tinha tudo para ser cafona, démodé, fora de propósito. Se fosse uma pessoa, o Teatro Amazonas poderia até ser chamado de convencido e vaidoso. Mas é modesto e acanhado: sobreviveu ao fim dos tempos áureos e se manteve entre os mais bonitos e bacanas do Brasil..



SERVIÇO:
Teatro Amazonas
Visitação: de segunda a sábado, das 9h às 16h.
Tem guias poliglotas. 


Fotos: Matraca´s Image Bank

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Manaus: no meio da floresta?



Não fiquei em hotel-selva, não cacei jacaré à noite, não tomei café da manhã com papagaio no ombro nem fui picada por muriçoca. Manaus é mais urbana que Curitiba. Tem cerca de um milhão e 600 mil habitantes. Seria quase um Rio de Janeiro se o mar da cidade não se chamasse Rio Amazonas. Tirando o meu hotel (Tropical, afastado do centro, ao lado do Rio Negro), as boas hospedagens ficam perto de alguma avenida. Estava de passagem, indo para a cobertura do Festival de Parintins - um dos eventos folclóricos mais exuberantes que conheci. Por isso, fiquei dois dias, apenas.





É o tipo de destino que cai no seu colo só para provar que temos de fazer um leve esforço para superar nossos preconceitos turistóides.
Não que eu tenha de passar a gostar de mato e você de museu. Mas dar uma variada no cardápio mochilístico enobrece qualquer um que se julgue viajante. Como sempre, foi um passeio para toda vida. Dificilmente vou para algum lugar do qual não fale bem depois. Pode dar tudo errado e mesmo assim vou achar que faz parte do roteiro. (Só não é possível suportar garçom malcriado, taxista ladrão e centro de informação turística que cobra pelo mapa).



Mas em Manaus, um lugar entre os últimos da minha lista por incompatibilidade de gênios, além de tudo ter saído conforme o planejado, todos os garçons - e prestadores de serviço em geral - com os quais conversei foram muito, mas muito amáveis. Os taxistas pareciam guias turísticos voluntários - tanta era a informação que me passavam. (Sim, usei muito táxi. Além de estar a trabalho, tinha pouco tempo.)



Foram 48 horas na cidade. Fiz o tour básico. Conheci o Teatro Amazonas, o símbolo máximo da riqueza vinda do látex das seringueiras, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa - construído de frente para o Rio Negro, o Porto Flutuante e, inequívoco, fui de barco pela imensidão do Rio Amazonas. Ainda sobrou tempo para comprar na zona franca uma máquina fotográfica, minha primeira (e única) analógica decente. Mas isso já faz tempo.

Fotos: Matraca´s Image Bank

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Veneza proíbe comida aos pombos




A sua principal foto em Veneza está comprometida. A prefeitura da cidade decidiu proibir o passatempo preferido dos turistas: dar comidinha aos pombos na Piazza San Marco. Os 18 vendedores de semente já foram expulsos dali e devem receber uma indenização do governo municipal. A determinação virou lei em maio deste ano, mas muitos visitantes continuam cometendo a "infração" por falta de placas informativas.

   
 
Apesar dos desavisados que insistem em dar migalhas às aves, a população de pombinhos diminuiu de 20 mil pra dois mil em quatro meses. Pensando bem, tem tanto lugar extraordinariamente lindo em Veneza para tirar foto, que os pombos são um mero detalhe. Além do que, a luta da prefeitura contra os pobrezinhos é justamente porque eles emporcalham a cidade, danificam os monumentos e podem transmitir várias doenças. De qualquer maneira, menos mal que nós garantimos a nossa. Rá.


Fotos: Lá cima, o Raul. Depois, da esquerda para a direita: Tia Esperança, minha mãe Sílvia e meu pai Pedro, em junho de 2007, quando dar sementinhas aos pombos em Veneza ainda não era crime.
(Matraca´s Image Bank)

A moda das Havaianas na Europa




Elas não têm cheiro, não deformam e não soltam as tiras. Mas apesar do apelo significativo do slogan, até pouco tempo era um calçado de gente desfavorecida. De uns anos para cá viraram febre entre os antenados da moda mundial. Na Europa o par custa, em média, 30 euros.

Lançadas pela Alpargatas na década de 60, as sandálias havaianas eram "a mais simples resposta à necessidade de proteger os pés" - na definição da própria fabricante. A partir dos anos 90 ganharam cores e estilistas famosos. Os playeros brasileños,
levados na bagagem de 9 entre 10 celebridades, não demoraram muito para se transformar num ícone cult.

Detalhe: se tiver a bandeirinha do Brasil pode valer muito mais. Essas da foto foram encontradas numa barraquinha de camelô, em Veneza. Produto alternativo, por honestos 8 euros, algo como R$ 24,00. Ainda assim mais caras que muitos dos exemplares vendidos aqui. O fato é que, com a popularização made in china, as havaianas continuam sendo para todo mundo. Só resta saber se estas não têm cheiro, não deformam e não soltam as tiras.


Foto: Raul Mattar

domingo, 19 de outubro de 2008

Pomerode: Restaurante Colonial Wunderwald



Não é publicidade disfarçada. Quando a gente indica aqui é porque gostou mesmo. O Restaurante Colonial Wunderwald de Pomerode tem todos os quesitos para deliciar você. O serviço é à la carte. Apesar de ter uma certa variedade, os principais pratos vêm da cozinha alemã, evidentemente. Está localizado em duas casas - advinhe - no estilo enxaimel. Uma de 1904 e outra de 1913.



Mesmo que você não goste do cardápio cheio de salsichão e chucrute, o Wunderwald pode ser bacana também para tomar chopp claro ou escuro da Cervejaria Eisenbahn, fabricado em Blumenau. Ao entrar,  um corredor com aperitivos nos leva a uma imersão do que poderá ser visto mais tarde no museu Casa do Imigrante Carl Weege.O restaurante abriga diversas peças e relíquias, reproduzindo fielmente a vida dos antigos colonizadores.



Para reforçar todo o folclore que envolve um passeio dessa natureza, os garços servem os clientes com trajes típicos ao som de música ao vivo - germânica, claro. Entre os pratos mais solicitados estão o Bockwurst (salsicha vermelha e branca), o Marreco Recheado, o Kassler (bisteca de porco defumada e grelhada) e o nosso pedido clássico: Eisbein - joelho de porco com chucrute, raíz forte, mostarda, batatas cozidas, ervilhas na manteiga, bockwurst e arroz.



Não é um restaurante mão-de-vaca-muquirana. A conta para o casal fica em torno de R$ 80,00 - sem o chopp. Pense, o que vale ali não é só a comida, mas o conjunto da obra.

SERVIÇO

Restaurante Colonial Wunderwald
Rua Ricardo Bahr, n. 200 - Pomerode
Fone: 47 3395.1700


Fotos: Raul Mattar

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sábado, 18 de outubro de 2008

Pomerode: Museu Casa do Imigrante




Para quem tem só um dia em Pomerode faça assim: de manhã siga sem pressa pela Rota Enxaimel. Almoce no Restaurante Colonial Wunderwald e reserva a tarde para conhecer o museu Casa do Imigrante Carl Weege. Não que você precise de horas para esmiuçar o acervo, mas o lugar é delirante. Merece uma visita sem afobação.



A casa faz parte do patrimônio deixado pelo pioneiro pomerano Carl Weege - que teve 15 filhos e construiu uma pequena fortuna na cidade. É uma autêntica construção enxaimel com ambientação típica alemã. A exposição permanente retrata fielmente a vida cotidiana dos antigos moradores. São móveis, louças e objetos pessoais.





Do lado de fora, uma roda d´àgua emoldura o lugar. Nos fundos tem moinho de fubá e rancho com moenda de cana-de-açúcar. A atendente do museu dá todas as explicações necessárias e de lambuja fala alemão com os interessados em praticar o sotaque germânico. O melhor: entrada grátis.





SERVIÇO:

Casa do Imigrante Carl Weege
Aberta de 3ª feira a domingo - das 9h às 12h e das 13h às 17h
2ª feira das 13h às 17h
Rua Leopoldo Blaese, 11 - Pomerode
Fone: 47 3338.2613


Fotos: Raul Mattar

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Pomerode: Rota Enxaimel

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Ela está a apenas 33 quilômetros de Blumenau. Pomerode tem módicos 25 mil habitantes e ficaria perdida no mapa do Vale Europeu de Santa Catarina se não fossem essas casinhas lindas de viver para tirar fotos. Quem vem para  a maior festa do chopp das Américas não pode deixar de conhecer a “cidade mais alemã do Brasil”.
 




A Rota Enxaimel começa próxima ao Portal Norte da cidade. São 16 quilômetros em estrada de chão batido com diversas construções da arquitetura alemã. Herança dos antigos colonizadores que vieram da região da Pomerânia e deixaram o maior número de edificações nesse estilo fora da Alemanha. Existem alguns pontos de parada para descanso e compritchas de doces e bolachas típicas.



O nome da rota vem da técnica enxaimel, método que usa vigas de madeira encaixadas e expostas. Ao contrário de outras cidades similares – como Joinville e a vizinha Blumenau que rebocam suas construções – as casinhas de Pomerode deixam os tijolinhos à vista. Se você der sorte vai fazer sol (as fotos ficarão mais bonitas!) e os ateliês de artesanato ao longo do caminho estarão abertos para visitação. Quando fui nublou, choveu e muitos desses espaços estavam fechados.





Todas as residências têm uma história para contar. No centro de informações turísticas da cidade – além de ser atendido por uma mocinha de traje típico germânico – você pode pegar mapas que dão detalhes da rota e explicam sobre os Mueller, os Schroeder, os Klein, os Hornburg e outros imigrantes que fizeram história ao fincar domicílio no pé do morro.





O passeio é bucólico, com aqueles ares de outono europeu. Você encontra pelo caminho boizinhos descansado, charretes antigas, gente pescando no meio da tarde (e olha que era uma segunda-feira!) e janelinhas floridas. Uma calma só, se a gente pensar que muito próximo dali o povo está se acabando no agito da Oktoberfest.



SERVIÇO:

Rota do Enxaimel
Início: Rua Testo Alto, próximo ao Pórtico Norte.
Informações: (47) 3387.2627 / 3387.3420


Fotos: Raul Mattar

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Mudanças no blog


Estou tentando deixar isso aqui melhor. Se vai ficar, não sei. Então, por esses dias pode ser que o layout do Matraqueando vire uma zona (mais do que normalmente é!). A fase é de testes.

Minha idéia é aproveitar melhor o espaço para colocar fotos maiores. Para isso tive que mudar o template - o modelo de página ao qual você estava acostumado.

No template antigo, o Blogger (provedor que hospeda os blogspots) redimensionava as fotos para um tamanho padrão. Mas eu queria fotos com largura maior, já que meu estilo aqui são fotos panorâmicas, mais horizontais.

Analisando muitos blogs de viagem por aí e mandando e-mail ou comentários aos seus autores, quem me deu uma luz foi a Patrícia do Turomaquia. Ela bloga através do Scribefire, uma extensão do navegador Firefox (concorrente do Internet Explorer).

O Scribefire deixa as fotos genialmente grandes sem deixar a página muito pesada. Como a gente compra um destino e escolhe a comida quase sempre pela imagem acredito que seria o ideal para o Matraqueando.
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Nos posts antigos as fotos ainda aparecerão menores, mas se tudo sair conforme o planejado penso em substituí-las pouco a pouco. As que forem publicadas daqui por diante já devem ter um padrão maior.

Pode ser que nada disso dê certo. Daí eu volto para o modelo antigo. Por favor, não me abandone nesse momento. Preciso de apoio, força e coragem.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ímãs de viagem

Cansei de trazer berimbau da Bahia, máscara de Veneza e miniatura imitando monumento para colocar na estante. Tomam espaço na mala e quase nunca tenho onde colocar quando volto para casa. Sem contar a boa bufunfa gasta nesses presentinhos. Vai tudo para o ralo. O dinheiro e o souvenir.

Comecei, sem querer, a fazer uma coleção de ímãs de geladeira que representassem o lugar por onde havia passado. Os ímãs são como a fitinha do Bonfim: custam bem pouco, cabem em qualquer canto e todo mundo gosta. Ainda tenho poucos porque dei início à novidade nas minhas sessões de compras há menos de dois anos.

Por causa disso muitos destinos ficaram sem vez na minha geladeira. Mas os que estão ali fazem da cozinha um dos lugares preferidos da casa. Todo dia, logo cedo, quando vou preparar o café da manhã, lá estão eles. Lindos, coloridos, cheios de vida, recontando um bocadinho de muitas e felizes viagens.
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Gosto de todos, mas há os especiais. Tem a panelinha de barro que comprei em Morretes, capital do barreado, no Paraná. Proporcionalmente foi o mais caro de todos: R$ 5,00. "Compra, tia, é para ajudar", disse-me a menininha de pés no chão num sábado ensolarado em que descemos a Serra da Graciosa.

Amo o de Sevilha. Além de ser uma cidade que passou a fazer parte da minha história por causa do doutorado, o magneto imita um toureiro ao lado de uma espanhola. E ainda tem um espaço pra colocar uma foto do rosto do casal. Fica bem engraçado. Acho uma belezura o de Arraial D´Ajuda. É uma conchinha pintada à mão. Esse é um sobrevivente da desajeitada da minha diarista que já o derrubou umas cinco vezes.

O que comprei em Paris, não, não foi a Torre Eiffel. Imita o formato das placas da cidade e vem escrito Musée du Louvre. E o de Veneza é uma gôndola super delicada. (Quem não abre mão das famigeradas máscaras, elas também estão disponíveis em forma de ímã). Não tenho, na verdade, nenhum critério específico na hora da compra. Prefiro que venha o nome da cidade.

Mas alguns – mesmo não identificando o lugar – são muy hermosos como o casal dançando tango que trouxe de Buenos Aires. Requisito mesmo deve ser o preço: não mais que US$ 3,00 cada. Assim dá para comprar um para mim e meia dúzia para dar de presente.
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Fotos: Matraca´s Image Bank
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