quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Comprovando minha teoria

Trancoso, Caraíva ou Belmonte? Ou seria Moreré?

Itacaré, Arembepe ou Cumuruxatiba? Ou seria Moreré?


Nenhuma das opções assinaladas. Mas bem que podia ser Trancoso, Arembepe, Caraíva, Cumuruxatiba e, principalmente, MORERÉ. É só comparar com as fotos do post anterior. Estas são dos paraísos perdidos Santo Antônio e Santo André (do ladinho de Porto Seguro), todos - obviamente - no litoral baiano. E a gente ainda vai gastar os tubos para visitar a desconhecida Moreré. Segundo a Pati Camargo o novo destino já saiu até em revista de turismo espanhola. Acho que não vou aguentar. Começou o comichão. Quando a Polinésia Baiana for capa da revista Viagem & Turismo então..., não vou resistir. Vou para Moreré.
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Fotos: Raul Mattar

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

MORERÉ: quem viver, verá.

Vi a chamada na página principal do UOL. A Fernanda Braga, nossa correspondente internacional, também encaminhou a matéria - lá de Sevilha. Deve ser a próxima capa da Revista Viagem & Turismo. Muito em breve estará no The New York Times. A bomba: novo paraíso no litoral baiano, MORERÉ. Peraí, você já ouviu falar de Moreré? Assumo, eu não. Mas não me deprimo. Há cinco anos eu não fazia a mais remota idéia de onde ficava Itacaré, há 10 todo mundo achava que Trancoso era um lugar fictício e há 20 anos, só minha tia Edileuza tinha ido a Jericoacoara.

O que eu sei é que não caio mais nessa pegadinha. Olha só como começa a matéria: “Que tal passar uns dias numa praia deserta, cercada de vegetação virgem e banhada por mar azul? Conhecida como Polinésia Baiana, a praia de Moreré, localizada na lha de Boipeba (BA), é um daqueles paraísos ainda conservados...”

E eis, o veredicto:

"Durante o dia, um banho de sol, um mergulho no mar e uma boa caminhada são os atrativos. Descanso à sombra dos coqueiros (...) A noite é embalada pelo som dos pássaros, cigarras e grilos. As fogueiras iluminam a escuridão”.


Já vi esse filme. Ou melhor, essa peça publicitária. Estive em Trancoso. Também conheci outros dois “paraísos” do litoral norte da Bahia: as praias de Santo André e Santo Antônio. Tem tudo isso: praia deserta, cercada de vegetação virgem, sombra dos coqueiros, som dos pássaros. Ou seja, não tem nada.

Calma, antes de me acusarem de ser o Diogo Mainardi do Matraqueando, explico: não agüento praia deserta, com nada para fazer, sem casario colonial para visitar, nem nativo para conversar. E mar azul, uma ova! Mas reconheço – e é este basicamente o motivo do post: os marketeiros da Bahia são os melhores do mundo. Você se lembra o que era esse estado há algumas décadas? Qualquer um que viesse do nordeste num pau-de-arara para trabalhar no “sul” era chamado de baiano. Depois, qualquer coisa mal feita, se convertia em uma baianada.
Hoje, eles são referencia em tudo: música, arte, literatura e, óbvio, praia paradisíaca - um dos maiores atrativos de qualquer destino. E sobretudo, movimentam com excelência a maior indústria do planeta, a turística. Aliás, isso de “Polinésia Baiana”, é coisa de mestre. Deve ser o mesmo publicitário (amigo do Jaime Lerner) que inventou o título de Capital Ecológica (arg!) para Curitiba. É cafona, mas funciona.

O que deve acontecer: como os hippies já bateram ponto em Moreré e, com certeza, algum italiano (se já não montou) vai montar um restaurante ou pousadinha de charme por lá - logo, logo alguns desses grupos internacionais vão arrasar com boa parte do local para construir um daqueles megaresortões. Depois, o governo baiano vai convidar - com tudo pago - a Gisele Bündchen, o Rodrigo Santoro e a Adriane Galisteu para conhecerem o tal éden (devidamente registrado pela revista Caras). Só então a gente - que não perde nenhuma novidade - compra um pacotinho pela CVC e vai desvendar mais essa praia deserta, cercada de vegetação virgem e banhada por mar azul. Visse?

Para ler a reportagem que saiu no UOL,
clique aqui.

Fotos de Moreré por ordem: Marina Silva (1ª), www.bahia-online.net (2ª) e Ismael Celis (3ª)

Curitiba: desafio para meteorologistas

Muitos matraqueadores me escreveram (por favor, podem deixar os comentários aqui também. Não dói nada e eu respondo todos!) perguntando como eu sabia que o tempo ia virar daquele jeito - tirando antecipadamente uma foto ao meio-dia. Eu não sabia: a foto na hora do almoço era para um post similar, que falaria da previsão do tempo para Curitiba. No sábado, era grande a possibilidade de chuva forte nesse site aqui e alguns canais de televisão falavam em precipitação atmosférica, ou seja, muita água no domingo. Pois bem, acordo no dia seguinte já meio deprimida, esperando aquele dia cinzento e frio. (Aqui nubla, faz frio.) E lá estava aquele solzão abençoado. Nenhuma nuvenzinha no céu. Eu tinha de registrar. A capital ecológica (infeliz do marketeiro que o Lerner contratou para inventar esse slogan) adora tripudiar em cima dos meteorologistas. Por fim, saiu melhor do que a encomenda. Às cinco da tarde começou um vendaval, o dia virou noite e o resultado a gente viu aqui. De todos os modos eu estava certa!

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Curitiba no "acredite se quiser"

Hoje, às 12h30.


Hoje, às 17h30.


Dica relevante para quem vem visitar a capital paranaense: guarda chuva na mala, sempre.
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Fotos: Matraca´s Image Bank. (Vista da sacada do meu apartamento)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Lua de mel: nada de viagem. Ainda.

Pasmem: hoje completo um ano de casada e ainda não fiz minha viagem de lua de mel. Algo realmente inacreditável para dois viajandões como meu esposo e eu. Logo após o casamento (um mês depois para ser mais exata) fui para Sevilha, começar o doutorado. Devido aos gastos óbvios e evidentes do pós-festa e do pós-Espanha, adiamos mais um pouquinho a nossa noite de núpcias. Rá rá rá.

Em setembro do ano passado fizemos uma viagem deliciosa a Buenos Aires, mas era mais a trabalho do que para descanso. Apesar de eu ter adorado o passeio e a cidade (tudo destrinchado aqui), não, não foi minha lua de mel. Mas a gente ainda não desistiu. Em junho tem alguns dias em Paris. (Vou estar por aquelas bandas, na segunda fase do doutorado.) Meu pai, minha mãe e a tia Esperança estarão juntos. Vai ser uma delícia! Só que não, não será minha lua de mel. Imagine, dizer que passei a lua de mel com meus pais, no mesmo hotel? Ah, não! Isso para o meu marketing pessoal seria péssimo. Sendo assim, Paris e Roma serão mais um daqueles passeios maravilhosos ao lado das pessoas que amo.

Quem sabe em setembro, no Chile. Ou dezembro, em Porto de Galinhas. O que importa é que a gente não se avexa. Uma hora ela sai!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Feliz Ano Novo Brasileiro!

Pronto. Agora que o ano começou vamos à agenda: mas nada de escrever promessas. É lá que tem aquele calendário cheinho de feriados. E para quem gosta de viajar só existe uma palavra melhor do que feriado: FERIADÃO!

Então, fica assim:

06 a 08 de abril: Semana Santa. Se você não for participar daquele almoço com bacalhau em família dá para ir a Gramado ou a Punta del Este. Baixísima temporada. O que significa preços módicos no primeiro e praia vazia no segundo.

21 de abril: Tiradentes. Cai num sábado. Desperdício total. Melhor ficar em casa.

01 de maio: Dia do Trabalho. Bem na terça, o que significa que desde a sexta anterior, 27/04, já está valendo a folga. São quatro dias. FERIADÃO total. É quase outro carnaval no ano. Vá correndo para as cidades históricas de Minas. Ali você vai precisar de, pelo menos, uns cinco dias.

07 de junho: Meu aniversário. É feriado. Mas não porque é meu aniversário. Este ano deu Corpus Christi. Quinta-feira, iiiiiça! Mais quatro dias, até domingo. Pelo friozinho da época uma boa pedida é fazer algo ali pelo Rio: Paraty e/ou Petrópolis.

07 de setembro: Dia da Independência do Brasil. Sexta-feira. É um dos feriados preferidos dos viajantes. Mas dos viajantes desavisados! Na semana da pátria os preços triplicam e qualquer lugar do país fica lotado. Arrisque um pacotinho CVC para alguma praia do nordeste. Mas compre-o hoje, para poder dividir, no mínimo, em 6 vezes.

12 de outubro: Dia de Nossa Senhora Aparecida. Também na sexta. Católicos, uni-vos! Jamais pensem em visitar o santuário de Aparecida (SP) justamente neste dia. Só se estiver pagando pecado. E dos grandes. Prefira a missa aí da sua cidade. Depois promova um churrasco para os amigos no domingo. É tão divertido quanto viajar!

02 de novembro: Dia de Finados. Outro que cai na sexta-feira. Definitivamente é o ano do FERIADÃO! Se eu fosse você faria um up grade na sua biografia e ia para o México. Não existe lugar mais doido para passar essa data. Os mexicanos têm uma maneira bem peculiar (e festiva!) para celebrar o dia dos mortos.

15 de novembro: Proclamação da República. Esse cai na quinta-feira. F-E-R-I-A-D-Ã-O!!! Tem smiles da Varig? Vá para Fernando de Noronha. É o passeio mais caro do Brasil. Não haverá época melhor para aproveitar sua milhas. Ou para Santiago do Chile. Com o mesmo número de milhas você emite seu bilhete pela Pluna (a única parceira sobrevivente da Varig) e vai diretinho para a terra do Pablo Neruda. ¡Hasta la vista!

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Feliz Ano Novo Chinês!

Os chineses comemoram hoje a entrada do ano 4704. O calendário deles é diferente do nosso. É o ano do porco. Ano da prosperidade, da riqueza e da fartura. Conta a lenda oriental que o dia é perfeito para fazer aquela faxina em casa, desgarrar-se do que não está sendo usado há meses (ou anos), caprichar na decoração, comprar flores. No almoço eles preparam frutos do mar e o gyozá, um pastelzinho criado na China. Em Curitiba, geralmente a Associação Cultural Chinesa organiza a maior festa: danças, comida tradicional e dragões. O animal é típico do folclore chinês e - como quase tudo que por lá desperta bons fluidos - traz boa sorte e renovação. Só que este ano a data coincidiu com o carnaval e a associação deixou passar em branco, não promoveu nada. Pode? Pois se o objetivo é justamente preservar a história, a tradição chinesa e os costumes alegóricos era justamente HOJE que a festança tinha de acontecer.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Para onde você vai no Carnaval?

Eu vou para a Terra do Nunca. Há mais de 15 anos, adolescente, já fui foliona. Pulava as cinco noites. Comprava fantasia. Participava de concurso nas matinês. Até ganhei um deles, trajada de Odalisca. Rá rá rá. Mas hoje, quando escuto aquela música “na tela da tv, no meio desse pôÔÔôôvo...” eu tenho vontade de simplesmente desaparecer, virar purpurina, que seja! De preferência ir para algum daqueles lugares que nunca existiram porque – suponho – lá ninguém nem teria ouvido falar em confete, abre-alas, Juliana Paes, abadá ou trio-elétrico.

Pensei em ir para Atlântida, o continente perdido. Civilização avançada, espiritualmente evoluída, um luxo cultural. Mas dizem que andou chovendo muito por lá e que está tudo inundado. Nessa época do ano, é provável também a incidência de tsunamis na região. Além do que, os atlantis são subaquáticos. E eu não aprecio mergulho. Então, deixa pra lá. Depois confabulei: vou para Etérnia, o planeta do He-Man. Isso, Etérnia! Imagine só, encontrar aquela gracinha do Gorpo e ainda visitar o Castelo de Greyskull. Sou fascinada por turismo histórico e esse castelo, especialmente, me faz lembrar velhos amigos de infância: o Daniel Azulay, por exemplo. Huumm, só há um incoveniente, a chata da She-Ra! Pelo estilo da moça aposto que ela lê a Caras (em Etérnia deve ter Internet)... Pensando bem, é chegar lá e encontrar a banda armada - e a fofis, de Rainha da Bateria. Não, melhor não.

Meditei mais um pouco e me lembrei: Shangri-lá! Um lugar paradisíaco fincado em alguma montanha do Himalaia. Tão bem descrito no livro Horizontes Perdidos, de James Hilton, que muitos países da Ásia reclamam para si o improvável lugar que inspirou a construção fictícia de Shangri-lá! Acho que ia ser bem divertido. Fica ali, mais ou menos na altura do Tibet. Provavelmente deve ter espaço para meditação, silêncio. É pra lá que eu vou! Puxa, só que imediatamente me recordei de Krypton, terra natal do Super-homem. Fechado: um lugar excêntrico, tecnologicamente pioneiro e bem pacato ! Dizem que é só chegar e o visitante recebe um kit olhos-de-raio-x e uma asa-delta-automática.(É que lá todo mundo voa.) Sem falar que eu ainda posso conhecer a casa do Christopher Reeve, o homem mais lindo da terra, que dizer, de Krypton. Êita, só tem um detalhe, morro de medo de criptonita.

Quer saber? Vou-me embora pra Pasárgada!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Dia de São Valentim

Em boa parte do mundo, incluindo quase toda a América Latina, hoje se comemora o Dia de São Valentim, o nosso Dia dos Namorados. Reza a lenda que Valentim era um padre do século III a.C., que casava em segredo jovens apaixonados. No Brasil a data é celebrada no dia 12 de junho por ser véspera do dia 13, Dia de Santo Antônio, o casamenteiro. Aqui, o dia foi criado pelo comércio paulista e depois adotado por todo o país. O objetivo é quase sempre o mesmo: incentivar a troca de presente entre os enamorados.
Em 2001 - indo para o mestrado - passei um São Valentim em Portugal. No ano seguinte - voltando do mestrado, na Espanha. No comércio deles é tudo igual: chocolate, morango, flores, cartões de cupido e coração. Já se sabe, em qualquer lugar do planeta paixão arrebata igual.

Foto: J. Melo

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O frevo é declarado patrimônio imaterial

A notícia é da semana passada. Mas vai ficar para sempre. No mês em que os pernambucanos comemoram 100 anos de seu ritmo mais típico, o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional – declara o frevo como Patrimônio Imaterial do Brasil. Entende-se por patrimônio imaterial o modo cultural de ver e pensar o mundo, as cerimônias e ritos, músicas, danças, algumas brincadeiras, contos e histórias.

O nome da dança nasceu do tagarelar simples do povo. Vem de “ferver”, mas as pessoas diziam “frevê”. Como o próprio nome diz expressa ebulição, fervor, agitação. É uma composição popular em que a música nasce com a orquestra. Os passos rápidos são uma mistura das danças européias com passos de balé e a ginga tupiniquim. Segundo a UNESCO, essa porção intangível da herança cultural dos povos é pura fonte de identidade.

O que era só de Pernambuco, agora é de todos os BRASILEIROS.

Não sou filha de peixe

Minha mãe. Fazendo rapel. 25 metros de altura.

Meu pai. Fazendo rafting. 1 hora e meia nas corredeiras do rio Tibagi.
Definitivamente, não tenho a quem puxar!

Fotos: foram feitas, há quatro meses, por alguém da empresa que promove essas loucuras. Hoje, 12/02/2007, Seu Pedro e Dona Silvia completam 35 anos de casados. Como vocês podem ver, eles já pensam em suicídio.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Veja se você pode ir ao Egito

Há algum tempo comentei com meu amigo Gerson (editor-chefe do Matraqueando) que queria ir à Índia. Ele, assustado, disse que alguém havia falado que o país era muito sujo. Huuumm, matutei: sim, claro, se fosse limpo, não seria a Índia! É certo. Nem toda viagem é para todo mundo. Eu, por exemplo, gostaria muito de conhecer o Afeganistão. Mas não tenho o menor espírito de correspondente de guerra. (Só passei a régua em Israel quando tudo estava bem calminho por lá.) O fato é que não se pode recomendar lugares muito excêntricos ou extravagantes para qualquer tipo de turista. Por isso, antes de realizar um daqueles devaneios das aulas de história - quero conhecer as Pirâmides de Gizé - é importante detectar se você realmente pode (ou deve) visitar o Egito:

Vá sem dúvidas se você...

1. Reconhece o valor das maravilhas do mundo antigo.
2. Simpatiza com múmias.
3. Aprecia chá de menta.
4. Gosta de pão sírio, hummus e coalhada.
5. Sabe pechinchar.
6. Ama um calorzinho.
7. Não resiste aos mercados gigantes onde tem-de-tudo-um-pouco. Perca-se no Khan El-Khalili, o mais famoso de todos.
8. Confia que o Nilo é mesmo uma dádiva.
9. Não tem problemas em dar gorjetas o tempo t-o-d-o.
10. Acha espetaculares os templos faraônicos. Lá tem Luxor, Karnak, Kom Ombo e Abu Simbel.
11. Jura que vai se concentrar apenas na importância arqueológica das peças do Museu do Cairo e não em COMO estão expostas.
12. Já leu A Morte no Nilo, de Agatha Christie. E gostou.
13. Acredita nos 10 mandamentos. O Monte Sinai está logo ali.
14. Respeita os todo-poderosos Amon, Rá, Anúbis, Osíris, Hórus e Ísis, deuses egípcios.
15. Gostaria de ter sido Cleópatra. (E isso serve para os homens também).

Evite se você...

1. Não gosta de história
2. Tem claustrofobia. O interior das pirâmides são corredores estreitos, com câmaras escuras e empoeiradas.
3. Sofre em trânsitos caóticos. O Cairo não seria, assim, o melhor lugar do mundo para um city-tour de ônibus. Nem de táxi.
4. Reclama de cigarro. Todo mundo fuma. Existem até alguns lugares exclusivos para fumar narguilé, uma espécie de cachimbo d´água.
5. Acha um horror quem arrota após as refeições. Aqui, é elogio para o anfitrião.
6. Prefere axé à dança do ventre.
7. É um museístico fundamentalista. Você teria um ataque fulminante de pereba e catapora ao detectar o desleixo do Museu do Cairo.
8. Acredita que todo muçulmano é terrorista.
9. Já leu A Morte no Nilo, de Agatha Christie. E não gostou.
10. Faz a maior confusão geográfica e pensa que o Mar Vermelho é vermelho mesmo.
11. É encafifado com a maldição do faraó e tem medo da Esfinge.
12. Fica cabreiro com assédio de vendedores ambulantes.
13. Só vai para lugares que funcionem bem, com transporte decente e comidas óbvias. Entenda: destinos exóticos (e pobres!) quase nunca desempenham corretamente. Nesse caso, vá para São Paulo. A cidade está localizada num país beeem exótico, onde as pessoas comem buchada de bode, dançam um tipo de música chamada egüinha pocotó e acendem uma vela para Deus e outra para Padim Ciço e Frei Damião. Além do que, é o único lugar do mundo com um museu que guarda um enorme tesouro: a língua portuguesa. Ah, e dentro do que cabe, funciona muito melhor do que o Egito. Maktub.

Fotos: Matraca´s Image Bank

Posts relacionados:

Egito: a maravilha que não acaba
Egito: vá, mas não tropece na cabeça de Ramsés
Egito: nada de boldo, nem carqueja
Egito: amanhecer no Monte Sinai

EGITO combina com:

Marrocos

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Egito: amanhecer no Monte Sinai

Não tenho mais nenhum grande sonho de viagem. O maior deles, já realizei. Subi o Monte Sinai. Quero, sim, ir a Machu Picchu. Também está na minha lista Jaipur, na Índia. Recentemente inclui no meu rol (por obra e graça do Guilherme) a paradisíaca São Mateus, no Espírito Santo. Mas não são sonhos. São desejos de conhecer estes lugares. Depois que passei pelo Egito tudo foi consumado. A subida ao monte onde Moisés teria recebido os 10 Mandamentos foi o final consagrado da minha expedição ao país dos faraós.

Não há evidências arqueológicas da passagem do profeta por aqui. No entanto, a região é sagrada para três religiões: cristianismo, judaísmo e islamismo. Chegar ao monte é simples, mas não tão fácil. A cidade base é Dahab, um balneário famoso no sul da Península do Sinai. Praia! A subida começa à meia noite. Dura quase quatro horas. São 5 mil degraus escavados na rocha. (Com certeza, a primeira e última escalada da minha vida. Como sabem, não sou adepta a montanhismo.) Mas nem por isso reclamei. Eu planejei, eu quis, eu realizei. Ninguém sobe de dia por causa do calor. O Monte Sinai está no meio do deserto. Atraquei-me ao topo por volta das 4h da manhã.

Estando lá em cima é só esperar o sol nascer. Maktub.

Fotos: Matraca´s Image Bank

Egito: nada de boldo, nem carqueja

Para mim, não existe a maldição da múmia, mas - sim - a maldição do chá. Onde quer que você esteja, aonde quer que você vá, no Egito vai ter sempre alguém (geralmente uma pessoa interessada em vender algo) oferecendo-lhe o afamado chá de menta. Nem pense em recusar, é ofensa imperdoável. E aí, lá pelo quinto dia de viagem, já no 47º chazinho - e nem pelo poder de Alá você conseguir engolir a dita cuja da bebida, dê para o companheiro ou companheira de viagem beber também o seu (eu fiz isso). Mas devolva o copo vazio! Agora, se estiver viajando sozinho pense pelo lado positivo: chá acalma, emagrece e pode ser até afrodisíaco.

Foto: Kit Chá de Menta: bulezinho de prata e minicopos. Este modelo comprei no Marrocos (outro país árabe gamado nesse tipo de degustação), mas o do Egito é igualzinho. (Matraca´s Image Bank)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Egito: vá, mas não tropece na cabeça de Ramsés

Um pouco da história da humanidade está literalmente amontoada no Museu do Cairo. É possível ver uma cabeça de Ramsés II esculpida em basalto jogada em algum canto do museu ou ainda os pertences de Tutankamón - incluindo a máscara do faraó-menino (foto) - catalogados em pequenos pedacinhos de papel escritos à mão. Os turistas encontram vitrines cheias de poeira e, às vezes, até sem identificação. Ainda assim foi o museu mais espetacular que conheci. (Não, não foi o Louvre). É certo que um visitante museístico fundamentalista não teria gostado muito. Mas você está na alma do Egito e é essa desorganização que dá ao país boa parte do seu charme. Em tempo: lugares exóticos costumam não funcionar muito bem. Se funcionassem, não seriam exóticos. Seriam Nova York, Londres ou Curitiba.

Foto: Matraca´s Image Bank

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Egito: a maravilha que não acaba

Não conheci o Colosso de Rodes nem os Jardins Suspensos da Babilônia. Pelo que imagino, tampouco vou me deslocar à África para ver os gorilas ameaçados de desaparecer. Mas as Pirâmides – a única da sete maravilhas do mundo antigo que ainda resiste – já garanti. Se você tiver a sorte de se hospedar num dos disputados hotéis-muquifo de Gizé, a 18 km do Cairo, pode ter a grata satisfação de ver da janela do seu quarto o mais famoso monumento do Egito. Quem pensou que para chegar até lá era preciso andar horas no deserto, se arrastar pelas areias do Saara, ver miragens... se enganou direitinho.

Dois quilômetros da cidade e lá estão elas. Construídas há quase 5 mil anos. Os guias - que aparecem sempre de repente, não se sabe de onde, nem porquê - vão lhe oferecer um camelo. O simpático e desengonçado bicho nos leva até os monumentos por um caminho bem mais longo. E então você passa pelo menos uns 40 minutos debaixo de um sol escaldante (se não, num ia ter graça), comendo areia (é o Saara!) em cima daquela geringonça, que sobe e desce sem parar. Confortável não é, mas nada supera a emoção de andar a camelo no maior e mais famoso deserto do mundo... ainda mais rumo às pirâmides! Os Beduínos são fichinha perto da disposição que a gente arruma para viver, mesmo que por poucas horas, como um deles.


Fotos: Matraca´s Image Bank

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Vá antes que acabe!

O aquecimento global vai atingir o Matraqueando. Logo o Matraqueando, ser inofensivo e bonzinho, que não provoca queimadas, está sempre preocupado em separar o lixo, economiza água e que, ainda, divulga o turismo justo e consciente. Pois bem, o The Guardian, um dos grandes jornais ingleses, publicou no seu caderno de viagens as 10 atrações que provavelmente desaparecerão nas próximas décadas por causa do efeito estufa.

Um dos destinos mais ameaçado é o famoso monte Kilimanjaro, a montanha mais alta da África. Os especialistas dizem que em apenas uma década o pico não terá mais neve. A elevação da temperatura também vai atingir em cheio Churchill, no Canadá. A região é conhecidíssima pelos ursos polares e deve parar de receber turistas em 2030. Há quem acredite que os fofuchos só existirão em cativeiro. A matéria também cita a barreira de Corais do Caribe, as ilhas Maldivas (no oceano Índico), a migração das borboletas Monarch, no México (dizem que é uma visão arrebatadora) e os gorilas das montanhas africanas. Sem contar as estações de esqui, como Kitzbühel, na Áustria. Segundo os cientistas, não haverá mais neve nas baixas altitudes, o que significa que a estação austríaca dos românticos, a 760 metros acima do mar, tem data marcada para morrer: 20 anos.

Todos os outros lugares em risco de extinção incluem neve ou observação de animais. Eu, que não tenho a menor vocação para safári ou snowboard, fiquei atarantada ao saber que não devo passar nem perto desses destinos (a minha lista de viagens é mais normalzinha) tão cedo. Agora fiquei com peso na consciência: se eu tivesse vivido na Antigüidade e soubesse que os Jardins Suspensos da Babilônia, o Colosso de Rodes ou o Farol de Alexandria iam ser destruídos teria me animado em conhecê-los?

Para ler a reportagem completa do The Guardian, clique aqui.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Meu domingo preferido

O domingo de sol.


Foto: Céu de Curitiba, hoje. (Matraca´s Image Bank)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Catedral de Maringá, sempre.

Essa é para quem está no Paraná. Amanhã, a RPC (emissora afiliada à Rede Globo) transmite um especial sobre a Catedral de Maringá. Gravado pela jornalista Daniela Calsavara, o programa MEU PARANÁ vai ao ar às 11h55. O artista plástico Zanzal Mattar, autor da via sacra, da santa de 18 metros no cone central da basílica - e também pai do fotógrafo oficial do Matraqueando - é um dos entrevistados. Então, fica assim:
Programa Meu Paraná, neste sábado (03/02) às 11h55, na RPC.