sábado, 31 de março de 2007

Não consigo imaginar o que é isso

Nem quando minha mãe me dava Periatin® para abrir o apetite, nem quando ela quase me asfixiava lavando meu cabelo com vinagre para acabar com meus piolhos, nem quando ela me despachou - sozinha - para as Serras Gaúchas aos 14 anos, nem quando ela foi me levar ao aeroporto na minha primeira viagem a Europa, nem quando ela foi me buscar no aeroporto na volta de Manaus, nem quando ela me proibiu de ir a Israel (mas fui mesmo assim), eu poderia imaginar essa zorra ver-go-nho-sa nos aeroportos brasileiros. Tanto subi e desci de avião e o máximo que esperei foram 5 horas, num vôo de Paris para o Brasil, em 2001. E eu estava lá no Charles de Gaulle, bem longe de Congonhas ou Cumbica.

Entretanto, o que me deixa mais boquiaberta é a conversa fiada de hoje daquele bocó do Paulo Henrique Amorim. O jornalista disse que a greve dos controladores é um pacto com a direita para derrubar o presidente. (Pausa para gargalhada). Ainda fez uma comparação com a greve geral dos caminhoneiros no Chile, em 1973, que ajudou a tirar Salvador Allende do poder.

Meu caro Amorim, não se preocupe com a direita. O seu amigo Lula já deu um tiro no próprio pé. Você já se esqueceu de QUEM ele indicou para o Ministério do Turismo? A sexóloga Marta Suplicy. Que - até onde eu sei - não entende de planejamento turístico, não manja nada de promoção de destinos, não conhece a diferença entre patrimônio material e imaterial, não fala inglês, desconhece a legislação do setor e visita favela de salto alto. O problema, querido, é corrupção. É, corrupção. Já ouviu falar, ou também não?

Fotos: Aeroporto de Curitiba na semana passada quando tudo parecia voltar ao normal. (Raul Mattar)

quarta-feira, 28 de março de 2007

CURITIBA: mais de 300 anos de transformação

Nem sempre foi assim. A ecológica Curitiba, que você tanto ouve falar como sendo o melhor lugar do Brasil para viver (quiçá do mundo!), passou por uma severa plástica. Mexeu em tudo. Foi uma espécie de Extreme Makeover das cidades. Aqui pedreira virou palco para artistas, depósito de pólvora transformou-se em teatro e fundo de vale, em parque. Não há dúvida de que as urucubacas arquitetônicas de Curitiba foram um tiro certeiro no quesito abre-alas-lerniano.
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Pouco assediada por turistas brasileiros e estrangeiros até os anos 70, a cidade foi - mais do que depressa - para a mesa de cirurgia. Sem as cataratas da conterrânea Foz do Iguaçu, apelou para uma enorme cachoeira (de mentira) no Parque Tanguá – construído em uma antiga área degradada. Hoje, é um charme a foto que a gente pode levar de lá.

Já concorrer com a vizinha Serra do Mar, um dos últimos remanescentes da mata atlântica, seria perda de tempo e de dinheiro. Afinal, botar uma serra no meio da cidade não seria nada fácil (e estético). Os técnicos em planejamento, entre eles o então Diretor do IPPUC, o arquiteto Jaime Lerner – que depois veio a ser governador do estado um par de vez – começaram a aproveitar todo e qualquer cantinho verde da cidade para criar parques.

E conseguiram. São lindos e aos montes: a maior concentração de parques por metro quadrado do planeta deve estar na capital paranaense. Mais uma vez o bisturi funcionou. O município carrega, orgulhosamente, a marca de 55 m2 de área verde por habitante.

Além disso, Curitiba acha chique ser primeira em quase tudo: a primeira Universidade Federal do país nasceu na cidade. A primeira rua brasileira projetada em espaço fechado (hoje um pouco decadente) - a Rua 24 Horas - está bem no centro da capital. Tem o único museu do mundo em forma de olho. Assinado por Oscar Niemeyer.

O pioneiro ônibus Ligeirinho, uma espécie de metrô sobre rodas, transformou a vida de quem depende do transporte coletivo. Ainda não é perfeito, eu sei. Existe superlotação em horários de pico e em alguma rotas ele é o Demoradinho. Mas o sistema é tão inovador, que cidades como Los Angeles já estão adotando o mesmo modelo.

À primeira vista, essa delineada capital pode incomodar o turista que não gosta de silicone, que busca freneticamente lugares cheios de belezas naturais ou que prefere um ambiente menos artificial. Mas Curitiba deu certo. Nem do frio posso reclamar mais. Porque a cidade está cada ano mais quente.

Além do que, tem um bem maior, envolvente, diversificado, com um monte de história para contar: Tem gente! Gente de todos os cantos, de todos os tipos. Imigrantes dedicaram-se à agricultura e trouxeram a mão de obra qualificada para as indústrias. Tanto trabalho, um título: o povo com uma renda per capita 40% maior do que a média nacional. (P.S. Ninguém me entrevistou para esta pesquisa).

A fase das loiras topetudas, aquelas oxigenadas que faziam um gigante topete cheio de laquê, já passou. Há alguns resquícios, é verdade. Mas gente exagerada e excêntrica tem em qualquer lugar do mundo e aqui não é diferente. (Não existem tribos emo, grunge, punk ou gótica? Então, em Curitiba tem a tribo autóctona das loiras topetudas). Já do povo que estava aqui quando tudo começou, quase nada sobrou. Dos índios, só ficou o nome da cidade, que veio do tupi guarani: coré (pinhão) etuba (muito). Os pinheirais sem fim, que cobriam toda a cidade, são o símbolo da capital do Paraná. Até os cruzamentos e faixas de segurança são pintados em forma de pinhão.

No domingo, a disputadíssima feira do Largo da Ordem, no centro histórico da cidade, vai fazer você voltar para casa cheio de cacarecos, artesanatos mil, livros usados, antiguidades e, principalmente, com a certeza de que Curitiba é - na verdade - o melhor botox que já existiu!

29 de março: aniversário de Curitiba. Parabéns, eu amo você.

Fotos: Raul Mattar

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Onde comer em Curitiba

Varig, Varig, Varig ...- Parte III

Eu sabia que a GOL tinha uma administração decente. Sabia também que era a empresa aérea nacional que mais cresceu nos últimos anos. Inclusive imaginava que ela, um dia, poderia se tornar a maior companhia do Brasil. Só nunca pude imaginar - nem nos meus mais remotos devaneios - que ela compraria a MINHA Varig. Sim, os boatos dos últimos dias eram verdadeiros. A GOL, cujo dono um dia foi proprietário de uma reles frota de ônibus, arrematou a MINHA Varig por modestos US$ 275 milhões. Só me falta agora a única rota para Europa da Viação Aérea Rio Grandense (Brasil-Frankfurt) oferecer saquinho de amendoim e maxi-goiabinha no jantar. Aguardemos cenas do próximo episódio da série LOST!

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Varig, Varig, Varig... - Parte II

terça-feira, 27 de março de 2007

SALVADOR: pelourinho de todos os santos

Comecei lá atrás falando de Salvador. Era para dar continuidade à série no dia seguinte. Mas daí apareceram aquelas promoções psicóticas das companhias aéreas brasileiras e tive que dar uma parada para o plantão extraordinário do saldão total de passagens. Bem, então, retornando. Conforme já havia dito, o Pelourinho – centro histórico da cidade – é o maior conjunto arquitetônico barroco fora da Europa.
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Como o próprio nome diz, na época da escravidão o “pelourinho” era o lugar da cidade onde se fazia justiça, açoitando os condenados em praça pública. Abolida a escravidão e banido este tipo de pena, o bairro passou por uma severa degradação, transformando-se num antro de prostituição, violência e marginalidade.

Só passou a ter status nos anos 80 quando ganhou da UNESCO o título de Patrimônio da Humanidade. Hoje é sede de várias instituições artísticas e palco de muitas manifestações culturais.

FUNDAÇÃO JORGE AMADO

A Fundação Casa de Jorge Amado funciona em dois casarões no coração do largo do Pelourinho. O espaço cultural – criado para preservar, estudar e expor o trabalho do romancista baiano – reúne todo o arquivo das obras de Jorge Amado.

MUSEU DA CIDADE

O Museu da Cidade está acomodado em um dos mais belos casarões do centro histórico. É ligado à Fundação Gregório de Mattos. Reúne no acervo artesanto tradicional da Bahia como bonecos, tapeçarias, terços, imagens de orixás em tamanho natural e peças de uso pessoal do poeta Castro Alves.

O PAGADOR DE PROMESSA
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A Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, construída no século 18, tem uma escadaria que liga o templo com a ladeira do Carmo. O escritor baiano Dias Gomes gravou sua famosa obra “O Pagador de Promessas” no local. O filme ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, no início da década de 60.

O CONVENTO

A Igreja e Convento de São Francisco é linda. Tem todo o interior coberto de ouro. Para quem conhece Ouro Preto, não deve impressionar muito. Mas a fachada barroca de 1723 e os painéis de azulejos portugueses – que reproduzem a lenda do nascimento de São Francisco e sua renúncia aos bens materiais – fazem do lugar único no Brasil e no mundo.

O QUE MAIS?

Existem mais mil e uma atrações no Pelourinho. Qualquer casinha, qualquer pedrinha, qualquer lojinha tem um valor histórico, artístico, cultural ou popular. É passeio para o dia todo. É lembrança para a vida inteira.

Fotos: Matraca´s Image Bank

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segunda-feira, 26 de março de 2007

Viajando na maionese

"Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"

Darcy Ribeiro, antropólogo e escritor brasileiro


Queridos Matraqueadores:

Estou em câmera lenta aqui no blog. Semana decisiva para término da redação da minha qualificação de doutorado. No final de abril volto para mais uma temporada em Sevilha. Estou tentando o título na área de Ciências Sociais e o programa é Desigualdades e Intervenção Social.


Na minha tese trabalho com análise do discurso jornalístico etnocêntrico, aquele que provoca exclusão, racismo, preconceito e xenofobia. Com o objetivo, claro, de propor uma linguagem que promova a tolerância, a diversidade étnica, a pluralidade de línguas e, portanto, de culturas.

Entre tantas leituras - e já muito esgotada por causa do processo de escrever (em espanhol!) sem parar - encontrei essa frase do Darcy Ribeiro. O que me deu o maior ânimo. Porque a vitória é mesmo sempre subjetiva. Não importa o final da história em si. Mas o caminho percorrido para chegar lá. É ele - o caminho - quem determina a nossa biografia. Como já dizia o escritor uruguaio Eduardo Galeano: a
verdade não está no porto, mas na viagem.

(Desculpe, mas eu já tinha avisado lá no título que era un post-surto)

sábado, 24 de março de 2007

Moreré no jornal espanhol El País

Incrivelmente, o mais novo (e desconhecido) destino da Bahia já começa a ganhar o mundo. Como eu já havia comentado aqui, os marketeiros baianos são as duas últimas Traquinas do pacote: sen-sa-cio-nais. Deu no caderno de viagens do El País, o maior jornal da Espanha:

"...Moreré, considerada una de las más bellas playas de Brasil. Se trata de una costa de arena blanca e inmaculada, circulable a tramos sólo con marea baja, e interrumpida de vez en cuando por algún arrecife de coral o algún bosque de cocoteros que ofrece su sombra a la playa. El recorrido, a buen paso, se puede completar en dos horas, y es altamente probable que por el camino no se vea a nadie, a lo sumo un pescador volviendo de faenar o algún excursionista con el que se intercambian saludos a la orilla de un mar tibio y cristalino".

Sei. Areia branca e imaculada.... coqueiros oferecem sombra .... à margem de um mar morno e cristalino. Rá rá rá. Depois, quando falo que quero lançar a histórica Manhuaçu como Patrtimônio da Humanidade, ninguém acredita. Vou, sim! Aécio e eu. Já está tudo mancomunado.

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sexta-feira, 23 de março de 2007

Espaço aéreo brasileiro: saldão total!

É um monopólio ao contrário. Ontem falei que a GOL começava a 3ª edição de venda de passagens a R$ 50,00 cada trecho. Pois hoje, a OceanAir e as nada low cost low fare Varig e TAM também entraram na briga.

A OceanAir está vendendo trechos (ida OU volta) a R$ 1,00. (Óbvio, claro, evidente, certo e garantido que se você encontrar a passagem de ida a UM real, a volta vai ser bem mais cara do que isso. Mas já é um bom começo!). O saldão começa amanhã (dia 24) e termina dia 30 de abril, com embarque permitido até 31 de maio. Pode dividir em até DEZ vezes sem juros, no cartão, com parcelas mínimas de R$ 30,00. Para adquirir as passagens ligue 4004-4040 (nas capitais e regiões metropolitanas) e 0300 789 8160 (demais cidades) ou acesse o site da companhia.

A TAM e a Varig estão dando descontos (reais!) de até 90% nos bilhetes comprado - SÓ - neste fim de semana, 24 e 25 de abril. Na Varig a promoção vale para todos os trechos domésticos MENOS para a ponte-aérea Rio-São Paulo. E na TAM o descontaço é para os trechos nacionais atendidos pela companhia nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para entrar no site da Varig, clique aqui. Na TAM os bilhetes podem ser adquiridos através dos agentes de viagem, pelo telefone 0800 570 5700 ou no site da empresa.

No final de março e começo de abril sempre ocorrem promoções, mas dessa vez (ihuuuu!) está lindo de ver! Será que entraremos na era das verdadeiras companhias áreas de baixo custo, BAIXA tarifa?

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Viajando (quase) de graça!
Europa por UM centavo!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Passagens aéreas por R$ 50,00 cada trecho

Aproveite, porque quase não houve divulgação. As informações nem estão no site da empresa ainda. A partir de hoje, 22 de março - sempre das 22h às 6h - a GOL abrirá sua terceira edição de venda de passagens nacionais por R$ 50,00 cada trecho. Durante os finais de semana, as tarifas promocionais estarão disponíveis das 22h da sexta-feira até às 6h da segunda, sem intervalo. Os trechos com desconto podem variar dia a dia.

O passageiro deve adquirir os trechos de ida e volta e permanecer, no mínimo, duas noites no destino. Por isso, quanto antes você comprar é mais fácil encontrar os dois trajetos por cinqüentão cada. O que acontece com estas promoções é que, às vezes, você encontra a ida por R$ 50,00, mas a volta pelo dobro do preço, por exemplo. A companhia - que não é boba nem nada - destaca: assentos limitados.

De qualquer maneira, vale a pena pesquisar. No ano passado havia um trecho São Paulo - Natal por R$ 50,00!! A volta, quando fiz a simulação, saía por uns R$ 220,00. Ainda assim, era uma pechinha! A promoção vai até 21 de maio e é válida para viagens realizadas entre 22 de março e 20 de junho. As vendas são unicamente pela Internet e a compra pode ser parcelada em até seis vezes sem juros no cartão de crédito. Para entrar no site da GOL, clique aqui.
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quarta-feira, 21 de março de 2007

SALVADOR: a cidade perfeita

Certo. É um pouco suja, deveras lenta e um tanto carente. Ninguém agüenta aquele monte de gente pedindo dinheiro nas ruas, nem ver tanto monumento descuidado e haja paciência para suportar - digamos assim - a cadência pausada do atendimento baiano. Salvador tinha mesmo tudo para não acontecer. Mas só ela e mais nenhum lugar do mundo conseguiu reunir num único espaço geográfico o Pelourinho, Jorge Amado, a cozinha da Dadá, Bethânia, ladeiras, dendê, Olodum, Iemanjá, Itapuã e a lembrancinha mais barata do mundo: a fitinha do Bonfim.
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O Pelourinho é o maior conjunto arquitetônico barroco fora da Europa. Por tanto, no meu tema preferido - casario - já está de bom tamanho. Jorge Amado era de Itabuna. Mas deixou seu legado em Salvador. A gigante fundação que leva o nome do escritor esta aqui. A Dadá era uma cozinheira simples e humilde da favela Alto das Pombas. Hoje é dona de um pequeno império de restaurantes na cidade. Visite o Sorriso da Dada, no coração do pelourinho. Se tiver a sorte de encontrar com ela por lá, metade da viagem está ganha. É o abraço mais acolhedor que você poderá receber.

Já Bethânia é sempre Bethânia. A maior intérprete viva desse país é soteropolitana de Santo Amaro da Purificação. Terra de todos os santos, Salvador é o maior pólo de sincretismo religioso do país. Deram o lindo e sonoro nome Iemanjá para a mãe das águas. Ah, Itapuã... passar uma tarde em Itapuã ao som que arde em Itapuã. Para completar, a música do Olodum (que não é banda de axé, por favor!). É o som das ruas, das lutas, da cultura em batucada: avisa lá, avisa lá, avisa lá, ô ô... avisa lá que eu vou! E não neguemos os fatos: cidade com ladeiras tem sempre história para contar.
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Fotos: Matraca´s Image Bank
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segunda-feira, 19 de março de 2007

CANADÁ: 15 dicas, trecos e coisas.

1. O dólar canadense é ainda mais barato que o dólar americano. Para fazer turismo em terras desenvolvidas ou imersão de inglês esse é o destino mais econômico da América do Norte.

2. Tem a vantagem do lado leste falar francês (Montreal, no estado de Quebec), o que dá aquele arzinho europeu a sua viagem.

3. Quase todos os anos o Canadá ganha da ONU o título de melhor lugar para viver do mundo. É um país que apresenta alto IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. (Só para constar o Brasil está em 67º lugar nessa lista).
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4. É o segundo maior país do mundo, perdendo só para a Rússia. A estrada Transcanadian atravessa o território inteiro - de leste a oeste - passando por seis fusos horários.

5. Brasileiro tem de tirar o visto para ir ao Canadá. Mas é bem mais simples do que a batalha para conseguir a permissão de entrada americana.

6. Foi o único país do mundo que me mandou – até hoje não sei o porquê - para a salinha da imigração. Fiquei lá 20 minutos ao lado de indianos, marroquinos e nigerianos. Uma perfeita personagem do filme Babel. Um senhor veio, pegou meu passaporte, folheou, folheou, devolveu o documento e me liberou com um sorriso bem amarelo. Vai entender...
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7. Você lembra do Ben Johnson, aquele velocista espetacular que foi desclassificado das Olimpíadas de Seul por dopping? Era canadense. Foi o maior mico da história esportiva do Canadá.

8. Toronto tem a maior comunidade grega, a maior comunidade portuguesa e a maior comunidade chinesa do Canadá. Aqui, o difícil é encontrar algum torontense.

9. Churchill, na província de Manitoba, é o lugar mais fácil de ver um urso polar. Eles cruzam a cidade. Mas vá rápido. A previsão é de que em 20 anos eles desapareçam por conta do aquecimento global.
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10. Salmão para eles é a nossa carne seca. Barato e em abundância. Peça sem medo em qualquer restaurante.

11. É proibidíssimo fumar em locais públicos. Leva multa até quem estiver fumando dentro do carro com a janela fechada. Sozinho ou não.
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12. A CN Tower, a estrutura não sustentada por cabos e em terra firme mais alta do mundo está em Toronto. Tem 553 metros de altura. O observatório – quase no topo – tem um chão de vidro, uma ousada investida arquitetônica. Dá a maior meda, só coloquei um pezinho para tirar a foto.
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13. O verão, por motivos óbvios, é a melhor estação para visitar o Canadá. Mas vá beeeem no calorzão mesmo. Fui no início de junho, no começo da estação e ainda assim consegui pegar 5 graus negativos. No entanto, é no outono que a gente consegue ver aquela paisagem laranja-mostarda-ocre-avermelhada das árvores com folhinhas típicas do país, a Maple Tree.

14. A comida é barata. As 70 etnias que formam o país proporcionam uma variedade incrível de pratos. Sanduíches vietnamitas por C$ 1,00 e espaguete tailandês por C$ 3,00. No Chinatown. Já a pizza quadrada da rede Pizza Pizza custa C$ 2,00 o pedaço.

15. O Canadá quer você! Profissionais qualificados (eles entendem que “qualificados” são seres humanos com alto grau acadêmico, larga experiência profissional e inglês fluentíssimo; por este último detalhe eu sou uma criatura desqualificada?) estão sendo recrutados em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, para trabalhar no país por excelentes salários. Só um pormenor: tem de agüentar aquele friozinho de 30 graus abaixo de zero. Informações no consulado, clique aqui.

Fotos: Matraca´s Image Bank

domingo, 18 de março de 2007

Os sete pecados capitais do turista

1. GULA
Turismo gastronômico é uma coisa. Sair comendo tudo e exageradamente o que encontrar pela frente é outra. Pergunte antes se a comida local leva muita pimenta, muita gordura ou muito dendê. Os desarranjos intestinais são o nº 1 da lista de inconvenientes que podem estragar sua viagem. Passar de segunda a sexta comendo moqueca na Bahia é pedir para conhecer o hospital no sábado. Tomando água de coco.


2. LUXÚRIA
Se sua viagem não for aquele cruzeiro para solteiros, não saia à caça desesperadamente. Xavecar é permitido, mas abusar da sua volúpia e devassidão em terras estranhas vai dar um bafafá daqueles. Lembre-se, Sodoma e Gomorra são dois destinos fora de moda. Todo e qualquer lugar tem suas regras. Uma cidade do interior do Ceará, por exemplo, com certeza deve possuir um modus-operandi diferente da capital, Fortaleza. Fique atento.


3. AVAREZA
Viajar uma vez ou outra na classe-pau-de-arara, vá lá. Mas passar três noites dormindo dentro de um trem europeu para economizar a diária do hotel é fria!
Quem dorme em trem, na verdade não dorme e perde o outro dia porque invariavelmente está cansado. Ser mão-de-vaca-muquirana em alguns contextos é necessário. Mas se sua sovinice e mesquinhez passarem dos limites, você se sentirá o viajante mais pobre e humilhado do planeta. Momentos de extravagância devem, sim, fazer parte do seu roteiro.


4. IRA
Já foi dito no primeiro capítulo deste blog: lugar de mal-humorado é em casa. Toda viagem tem seus imprevistos. E, costumo dizer, todo imprevisto é um teste. Passe pelas provas com dignidade e respeito. Xingar, blasfemar, tratar mal o taxista e brigar com o recepcionista do hotel são atitudes que só vão encaixar você no rol dos mal educados e grosseiros. Seja sempre gentil, fale baixo, por favor e obrigado. Em caso de ser mal tratado busque diretamente o chefe, o gerente ou a supervisão. Mesmo assim, esteja seguro de que o certo é você.


5. SOBERBA
O pior que pode acontecer é viajar com gente que se acha! Sabe aquele tipo matraca (glupt!) que não para de falar, contar, descrever, enumerar - tim tim por tim tim - tudo que já viu, percorreu e conheceu? Compartilhar conhecimento é fundamental, mas ficar exibindo sua inteligência barsiana a cada monumento ou museu visitado é muito chato e desagradável. Contenha-se!


6. PREGUIÇA
Para um turista, este estaria entre os pecados mortais sem chance de perdão. Viagem exige planejamento, pesquisa, leitura e muita disposição. Quem tem preguiça de ler, não gosta de planejar, busca a inércia dos lugares ou a vadiagem dos destinos merece ir direto para o purgatório. Somente um conclave com toda a armada celestial para salvar a alma de um viajante preguiçoso.


7. INVEJA
Se os outros viajam e você não, a culpa – seguramente – é sua! E não dos outros. O livre arbítrio existe para que VOCÊ decida o que fazer com o seu dinheiro. Se a prioridade na sua vida é ter uma televisão de 42 polegadas, invista nela! Mas não demonstre aflição na prosperidade dos que vivem de malas prontas. Entenda que os turistas profissionais viajam não porque tenham dinheiro, mas porque o patrimônio que eles buscam nenhuma moeda pode comprar.

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Os 10 mandamentos do viajante

sexta-feira, 16 de março de 2007

Estréia: Matraca na Cozinha

Risoto de Queijo com Manjericão

A sugestão do risoto neste post fez o maior sucesso. Além dos matraqueadores que pediram a receita na caixa de comentários, mais pessoas me escreveram, querendo saber o segredo do prato internacional.

Há tempos queria estrear a seção Matraca na Cozinha: o momento Ofélia do Matraqueando. Gastronomia é a alma do turismo, não é possível conhecer um lugar, de fato, sem provar a comida local. A minha idéia é colocar aqui pratos típicos - do Brasil e do mundo - sempre econômicos e fáceis de fazer. Ou seja, sem perder o nosso estilo muquirana de ser. É a maneira da gente se transportar a qualquer lugar através do sentido mais exigente: o paladar.

A historinha do risoto: é um prato típico da Itália. Nasceu em Milão pelas mãos do mestre Valerio di Fiandra, responsável pela criação dos vitrais da Catedral de Milão. Um dia ele deixou cair açafrão, sem querer, dentro de uma mistura de arroz. Nascia o Risoto Alla Milanese, o mais tradicional de todos. Aqui, na estréia do Matraca na Cozinha, a receita do meu preferido – pelo sabor e pelo custo: Risoto de Queijo com Manjericão.
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Ingredientes:
- 1 tomate picado
- 50 gramas de mussarela em cubos
- 1 cebola média
- 1 1/2 xícara (chá) de caldo de legumes (na falta, uso caldo de carne)
- 2 colheres (sopa) de margarina (ligth, sempre!)
- 1 1/2 xícara (chá) de arroz arbóreo (os chefs que me desculpem, uso arroz comum mesmo)
- 1 colher (sopa) de manjericão
- sal a gosto

Modo de preparo:
Pique os tomates e a mussarela em cubos pequenos. Reserve. Pique a cebola também em pedaços pequenos (eu pico bem miudinho). Coloque em uma panela o caldo de legumes e leve ao fogo até ferver. Mantenha-o aquecido. Em outra panela, coloque a margarina e a cebola. Leve ao fogo e refogue, sem parar de mexer. Adicione o tomate e refogue-o até desmanchar (eu coloco o tomate por último, junto com o queijo, porque gosto dos pedacinhos e não desmanchando). Misture o arroz e o manjericão. Refogue, sem parar de mexer, por mais 3 minutos ou até o arroz ficar brilhante. Adicione, aos poucos - uma concha de cada vez -, o caldo de legumes, sem parar de mexer, até o arroz ficar al dente. Por último, adicione a mussarela e o sal e cozinhe, sem parar de mexer, até a mussarela derreter. Retire do fogo e sirva quente. Custo aproximado: R$ 2,00 por pessoa.
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BUONO APETITO!
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Fotos: Raul Mattar

O que será de nós?

Um ranking elaborado pelo Fórum Econômico Mundial colocou o Brasil em 59º lugar em competitividade no turismo. Os analistas pesquisaram 124 países. A Suíça, a Áustria e a Alemanha ficaram com os três primeiros lugares, respectivamente. Para a formação do ranking foram levados em consideração vários pontos: infra-estrutura, estradas, segurança, mão de obra e atrativos. A gente conseguiu ficar atrás da Costa Rica, do Chile, do México, do Uruguai e até da Lituânia!

Para que você tenha uma idéia do desastre das políticas públicas brasileiras nesse setor, as espanholas Ilhas Canárias - pequenininhas e perdidas no meio do Oceano Atlântico - recebem em torno de 10 milhões de visitantes por ano. Em 2006, o Brasil – desse tamanhão - contabilizou a entrada de míseros 4,9 milhões de turistas. Para ajudar, o Lula indicou hoje a MARTA, a Marta Suplicy para o Ministério do Turismo. Sinal dos tempos!

Museu traz Clarice Lispector

Viu, deu até na Globo. Acabou de passar no Jornal Nacional uma matéria sobre o Museu da Língua Portuguesa. Sai a exposição temporária que retratava a obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (com cobertura completa aqui no Matraqueando) e entra o universo misterioso de Clarice Lispector, escritora ucraniana que adotou o Brasil e usou o nosso idioma para mostrar sua genialidade. A homenagem vem depois de 30 anos da sua morte. Se seguir o padrão da primeira mostra, vai ser o melhor passeio do Brasil.
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"Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."
Clarice Lispector
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Serviço:
Data: a partir de abril
Local: Estação da Luz - São Paulo
Horário: 10h às 18h (última entrada permitida às 17h). De Terça a Domingo.
Ingresso: R$ 4,00 – Estudante paga meia. Menores de 10 anos e professores da rede pública não pagam.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Destinos para o feriado de Páscoa

VOCÊ TEM MILHAS?
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Vá para o Chile ou Fernando de Noronha. Noronha é o passeio mais caro do Brasil, não importa de onde você venha. É aquele básico irreparável: sol e praia paradisíaca. Nunca fui. Mas não há quem volte decepcionado. Já o Chile não é uma ilha, mas um país inteiro para visitar. Tem o Deserto do Atacama, a Rota dos Vinhos, a Rota dos Vulcões, a Patagônia e a própria capital, Santiago, emoldurada pelos Andes. Com 20 mil pontos da TAM ou 20 mil milhas da Varig dá para ir tanto para um lugar quanto para o outro. No caso do Chile, o bilhete da Varig é emitido pela PLUNA, última parceira sobrevivente da Viação Aérea Rio-Grandense. O legal é que a PLUNA faz uma parada em Montevidéu. Dá para ficar um dia na capital do Uruguai e depois seguir para Santiago. Dois países com um só bilhete. Já se a opção for Fernando de Noronha, ao economizar na passagem você pode se dar ao luxo de ficar naquelas pousadas mais sofisticadas da ilha. Mas corra, porque os assentos desses bilhetes são restritos e garante a viagem quem faz a reserva com antecedência.
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VOCÊ TEM MUITO DINHEIRO?
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Vá para Nova York ou para um resort brasileiro. Para Nova York há o inconveniente do visto. Mas se você tem moooito dinheiro, isso deixa de ser um problema. Nada que sua declaração de imposto de renda não possa fazer no momento da entrevista-pelourinho lá no consulado americano, em São Paulo. O dólar nunca esteve tão barato (é a menor cotação dos últimos dois anos!) e Nova York é mesmo o centro do mundo e está feita para todos os gostos: tem museus excepcionais, espetáculos na Broadway, o Central Park – uma área verde imensa no meio da cidade, muitos centros de compras, lindas lojas de design e decoração e restaurantes charmosésimos para todos os bolsos.
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Já os resorts, você sabe, são todos muito parecidos. Trazem apartamentos lindamente decorados, comida internacional – alguns com sistema all inclusive, para comer e beber à vontade, piscinas imensas e uma praia na porta de casa. Para aquele momento Ócio Criativo a que todos temos direito. (Shhhhh, se o Domenico de Masi me escuta falando isso, ele processa o Matraqueando por danos morais).
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VOCÊ TEM POUCO DINHEIRO?
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Arrisque os passeios pelos arredores da sua cidade. Para quem está em Curitiba, tem a Serra da Graciosa, a Lapa e o Canyon Guartelá, o 6º maior do mundo. Estando em São Paulo, não vá a lugar nenhum. Fique na cidade e aproveite – insisto – a viagem ao Museu da Língua Portuguesa. (Estou parecendo um disco riscado: museu-língua-portuguesa, museu-língua-portuguesa, museu-língua-portuguesa, ... mas é fascinante até mesmo para quem não gosta da matéria ou fala para MIM fazer.) Quem vive em Recife pode ver a encenação da Paixão de Cristo em Fazenda Nova, a 180 quilômetros da capital. O teatro-cidade tem 100 mil metros quadrados e é o maior do mundo ao ar livre. Se você não é chegado em religião, vá do mesmo jeito, vai estar assim ó de ator da Globo. Está no Rio? Petrópolis é o seu destino. A apenas UMA hora da babel carioca, você tem a cidade mais imperial do Brasil. Dom Pedro II e Visconde de Mauá são alguns dos personagens ilustres do município da região serrana fluminense. Não conheço, foi indicação do meu irmão e da minha cunhada que estiveram por lá no carnaval e adoraram.
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VOCÊ NÃO TEM DINHEIRO?
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Primeiro: se você continuar pensando assim não tenho dinheiro, estou quebrado, na pendura, sem a paia, durango... nunca vai ter mesmo! Diga: estou passando por um período de transição e nesta ocasião fico impossibilitado de fazer alguns passeios. Maktub. Bem, passada a seção zen-indiana-Deep-Choprak do Matraqueando, voltemos à realidade. Sem dinheiro, faça um risoto e sirva aos amigos. Risoto é prato internacional, italiano, chique, barato e fácil de preparar. E reunir amigos é a melhor viagem que você pode fazer.
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Fotos: Raul Mattar (De cima para baixo: Nova York (EUA), Costa do Sauípe (BA), Lapa (PR) e Risoto de Queijo com Manjericão by Matraca Adriá-Troigros)

terça-feira, 13 de março de 2007

Istambul: a cidade de dois mundos

Espremida entre o Mar Negro e o Mediterrâneo, a Turquia é o único lugar do mundo com um pé na Europa e outro na Ásia. O estreito de Bósforo divide a capital, Istambul, entre os dois mundos. Quem estiver do lado Ocidental é só pegar um táxi e em quinze minutinhos você está em outro continente. Não que tenha muito o que se ver no lado oriental da cidade, mas foi justamente esta localização privilegiada que transformou a terra dos sultões em território disputado por tantos povos.
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A Turquia é mais um daqueles países da antigüidade, onde todo mundo vinha, se estabelecia e fazia uso capião do lugar. Dos desconhecidos hititas, aos manjados persas até os insuperáveis conquistadores romanos (foi na Anatólia que Júlio César disse “Veni, vidi e vici”), o país só foi ter um pouco de sossego com a ousadia de Constantino (330 d.C.), que dividiu a história dessa nação em antes e depois da sua chegada. O Imperador tomou a cidade de Bizâncio, chamou-a de Constantinopla, anos mais tarde batizada de Istambul.

Depois de inúmeras inavasões dos seljuks (nome histórico do povo que a gente chama hoje de turco) houve a famosa tomada de Constantinopla, por Mehmet II, em 1453. A conquista foi tão importante para a história da humanidade, que marcou a passagem da Idade Média para os tempos modernos. Nasce Istambul e com ela o grande Palácio de Topkapi (foto abaixo), residência dos sultões e suas concubinas por quase três séculos, o que deixou a cidade mal-falada na panelinha cristã do primeiro mundo.

Imagine só, os turcos eram considerados sanguinários, devido às sangrentas batalhas que culminaram na conquista de Constantinopla e mantinham nos seus haréns escravas brancas, também chamadas carinhosamente de odaliscas. Pois esqueça essa visão hollywoodiana do filme Expresso da Meia Noite, que retrata uma Turquia violenta, desonesta e obscura. Ora, os haréns sempre foram lugares cheios de mistérios e lendas, mas consagrados com tradicão e cerimônia.

Quem vê, hoje, a cidade pipocada de suntuosas mesquitas não pode imaginar, inclusive, que um dia Istambul foi totalmente convertida ao cristianismo. Os quatro minaretes de Santa Sofia (1ª foto) disfarçam a construção concebida, originariamente pelo Imperador Justiniano, como uma Igreja dedicada à Santa Sabedoria. Ao visitar a capital turca, você vai estar em um museu a céu aberto, que reza - ao lado do alcorão - a cartilha de Mustafá Kemal, líder que levou o país à independência em 1923. O Pai dos Turcos, assim chamado, aboliu a poligamia e proclamou leis democráticas.

O esplendor dos haréns sobrevive, agora, na história do Palácio Topkapi, que se transformou no museu mais visitado de Istambul. A dinastia otomana morou no palácio por mais de 300 anos. Deixou um rico tesouro em obras de arte, pedras preciosas e a reverenciada Sala das Relíquias, que guarda objetos pessoais do profeta Maomé. Uma viagem à antiga capital do Império Otomano deve sempre começar por aqui. Você voltará no tempo, vai percorrer caminhos de glória e decadência e entenderá a opulência dessa cultura, uma civilização tida como celebridade entre os povos. História e território ornamentados com a singular riqueza do oriente.
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Fotos: do tempo em que máquina digital era coisa dos Jetsons. (Matraca´s Image Bank)

segunda-feira, 12 de março de 2007

Choveu? Vá de museu, livraria ou shopping.

SHOPPING? Sim, eu disse shopping. Não me entenda mal: só se você estiver viajando e cair aquele toró sem fim, aguaceiro mesmo! E, ainda assim, o shopping é sua terceira opção num dia de dilúvio.

A primeira, claro, é o velho e bom museu. Não existe museu sem graça. Existe museu caro, mal cuidado, muito grande, muito pequeno e até meio cafona ou incompleto. Mas sem graça, nunca! Depois, visite uma livraria. Se você estiver em uma cidade pequena procure por aquelas de rua, dos velhinhos simpáticos. Sempre têm seu charme, além do que é possível encontrar raridades entre livros e gibis antigos.

Caso sua visita seja a uma cidade maior e São Pedro decida não dar trégua, pode procurar uma megastore, como Saraiva ou Fnac: tem áudio, vídeo, CDs, DVDs, games, papelaria, cyber café e, certamente, livros. Geralmente há mesinhas de leitura e ajuda a passar o tempo. Por fim, sem nenhuma das duas opções anteriores (ou se já visitadas, mas a chuvarada ainda continuar perseguindo sua viagem) vá ao shopping.

Aproveite para comprar alguma coisinha barata: meias, caneta, uma revista Ana Maria, dois sonhos de valsa, um sabonete Dove ou – momento extravagância – um perfume importado. Nessa altura do campeonato, qualquer bobagem adquirida ajuda a disfarçar a depressão que, creia, vai atingir você depois de três dias de viagem e... chuva!

Fotos: Raul Mattar - Livraria El Ateneo, Buenos Aires. Funciona num antigo teatro. Conserva o luxuoso palco, o cenário virou um café e tem uma cúpula pintada perdidamente linda. Visita obrigatória, com sol ou chuva.

domingo, 11 de março de 2007

Só em uma viagem é possível...

...levar um lero com Woody Allen
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... fazer um duo com James Brown

... beijar o Christopher Reeve, o super-homem da vida

... ficar amiga do Hulk.


Para que viajar, se posso sonhar?
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SERVIÇO:
Local: 234 West 42nd Street - Nova York
Horário: todos os dias - 9h30 às 20h
Ingresso: o assalto de 29 dólares por pessoa.
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Fotos: arquivo pessoal

sexta-feira, 9 de março de 2007

CURITIBA: um ponto, dois dias.

Vim para Curitiba há sete anos. Nesse meio tempo estive na Espanha fazendo o mestrado. Voltei e aqui fiquei. Já se passaram mais de 360 finais de semana na capital do Paraná. Em pelo menos uns trezentos deles eu devo ter ido à feirinha do Largo da Ordem. O passeio começa no sábado.

O Largo da Ordem abriga as construções mais antigas da cidade e o meu ponto fraco: casario colorido. Toda vez que passo por aqui me sinto uma turista naïf. Aqui está a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, de 1737. É o passeio mais divertido e barato da cidade. Admirar não custa nada.

Mas já é fato: o centro histórico de Curitiba entrou para todos os guias mais por causa de uma das maiores feiras de artesanato da América Latina do que por seu conjunto arquitetônico. Domingão, faça chuva ou faça sol, e lá está ela!


É um grande mercado ao ar livre em que você encontra de tudo um pouco: pinturas, esculturas, bordados, lápiz de madeira, tricô, vela, bijuteria, cestas, chinelos, bolsas, flores, cortinas, toalhas, guardanapos, bonsai, mandalas, tapetes, bonecas, redes, e muitos etecéteras.

Só que o mais rico da feirinha são as pessoas. Desde os artesãos, passando pelos turistas e chegando até nós, gente simples e descontraída. Sem falar nos tipos curiosos que por ali aparecem: o cantor de ópera, o tio da sanfona, os irmãos cegos que cantam moda de viola, a estátua viva, a moça do tererê e o rapaz da massinha.

Lei nº 1: chegue cedo. A feira começa às 9h e nesse horário já está móóó balbúrdia. Lota, mas lota mesmo. São mais de mil expositores e 15 mil visitantes a cada domingo. No meio daquela muvuca, olhe para cima. Você verá o colorido dos edifícios históricos fazendo contraste com o céu azul. É uma visão extraordinária (no meu olhar matraca-apaixonado).

Lei nº 2: não leve muito dinheiro. A feirinha do Largo da Ordem tem o estranho poder de desencadear um transtorno obsessivo compulsivo por compras. É tudo tão baratim, facim, rapidim, bonitim que quando a gente vê está trazendo metade da feira para casa. Eu já não sei mais o que faço com tanto guardanapo e bonequinho de biscuit.
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Como toda boa feirinha ao ar livre que merece ser visitada, a do Largo da Ordem tem uma ampla “praça” de alimentação. Confirmando a tradição emigrante da cidade são diversas barracas vendendo todas aquelas delícias proibidas durante a semana, como empanada, pierogui, acarajé, pamonha, bolachinhas, doces cristalizados, tacos mexicanos, espetinho de carne e os reis da festa: pastel de carne com caldo de cana.


Será que a gente se encontra por lá amanhã?

SERVIÇO:

Feira do Largo da Ordem
Local: Praça Coronel Enéas e Praça Garibaldi – São Francisco.
Horário: Domingo - 9h às 14h
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Fotos: Raul Mattar
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