O matraca-móvel não perde nenhuma oportunidade. Aparece uma via diferente, uma rua inusitada ou um beco sem saída... e lá vai ele. Imagine, então, ter a poucos quilômetros de casa a Estrada da Graciosa, uma antiga trilha traçada pelos tropeiros para abrir um caminho entre planalto e litoral.
Isso quer dizer que para chegar às cidades históricas do Paraná não é preciso pegar o trem, necessariamente. Nem descer pela BR 277 - pagando R$ 12,50 de pedágio. A melhor opção é usufruir desse pequeno e fofo trajeto.
A estrada passa por um trecho preservadíssimo da Mata Atlântica. É cheia de riachos, cachoeiras, bichinhos e flores. É tão importante para a biodiversidade que parte dela foi declarada pela UNESCO como Reserva da Biosfera.
A Estrada da Graciosa começou a ser construída no século 17 e durante muito tempo permaneceu como importante rota de escoamento da produção agrícola do Paraná em direção ao porto de Paranaguá. Ao longo da rodovia (sim, tecnicamente é chamada de Rodovia PR 410) existem sete recantos, com boa estrutura de lazer.
Há churrasqueiras, mirantes, banheiros e barraquinhas de comes e bebes. Mesmo assim, alguns preferem trazer o almoço de casa. (Eu mesma, confesso, já vim uma vez com marmita para cá!). Apesar do alvoroço que se forma aos domingos - todo mundo tem a mesma idéia que você - o passeio é sossegado.
Quem quiser aproveitar as churrasqueiras deve ir cedo. Antes das 9h da manhã já está tudo lotado nos fins de semana. E não precisa nem ser alta temporada.
Faça a primeira parada no Recanto Engenheiro Lacerda. Em dia de céu limpo é possível ver a baía de Paranaguá. O matraca-móvel, por exemplo, sofre da síndrome do parodrómo. Ele vê uma plaquinha, com uma vendinha e um quiosquinho e... já é motivo para desligar o motor e apreciar.
Há muitos trechos com curvas fechadas e um bom pedaço é de paralelepípedo. O antigo traçado da estrada serviu de caminho para índios, mineradores e jesuítas. Mais tarde os tropeiros substituíram a estrada pelo Caminho de Itupava (que merece um post só para ele) - que eu já fiz a pé! Foram 22 quilômetros de Quatro Barras a Morretes subindo e descendo morro. Mas eu ainda não era moça séria.
No último recanto está o Parque Mãe Catira, onde ficam concentrados os visitantes que querem tomar banho no rio.
Mesmo com muitas paradas o passeio é rápido. No fim do caminho aparece o município de São João da Graciosa, que está a 13 quilômetros de Morretes. É o melhor lugar para comprar pimenta artesanal e comer pamonha da terra. Mais adiante, já sabe, tem Morretes e Antonina. Na verdade, quando você pensa que a viagem acabou ela só está começando.
Fotos: Raul Matar
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que delicia de fotos!
ResponderExcluirEu fiz esse caminho uma vez. Mas choveu e tinha muita neblina. Nao paramos nos mirantes (nao dava para ver nada) Ficamos com medo de desandar precipicio abaixo! rsrsrsrsr.
ResponderExcluirAdriana, pessoalmente é mais bonito ainda! :-)
ResponderExcluirMalu! Tem isso mesmo... a neblina é forte na região! Tem que entrar em sites de clima para ver o que promete para a região na época em que for viajar! :-)
ResponderExcluirSílvia Oliveira, a matéria (aliás, todas dessa série') está ótima. Eu há mais de 25 anos passei na Serra da Graciosa e jamais me esquecerei. PRECISO retornar. Por favor, eu estou com problemas no envio de a mail através do blog e NÃO recebi o que vc disse ter mandado. Por favor, anote o meu e mail:
ResponderExcluirinteratabr arroba yahoo.com.br
Oi Arnaldo!
ResponderExcluirPois é, a série incluía também a cidade histórica de Paranaguá... e você acredita que deu pau no cartão da máquina do Raul e perdemos tuuuudo que tinha sido feito lá! Mas vamos voltar, logo, logo para refazer o material.
Uia, obrigada por disponibilizar seu endereço eletrônico aqui, já mandei o e-mail para você! Abração!
Dá muito farofeiro lá! Fica todo mundo disputando a tapa os lugares nos quiosques. Muito boa a foto da linguiçada!
ResponderExcluirConversei com meu namorado e vamos fazer esse passeio no feriado de 21 de abril... graças a você! Bejos!
ResponderExcluirEu já tomei banho naquela cachoeira quando tinha uns 17 anos, mas nunca fiz o bóiacross no Rio Nhudiquara. Concordo com o anônimo aí de cima, aparece muito jaguara por lá, pessoas que não respeitam a natureza, jogam lixo para todo lado.
ResponderExcluirSó esclarecendo: quando o Murilo tinha 17 anos eu nem conhecia ele... que, segundo o próprio, já foi jaguara um dia! hehehehe!
ResponderExcluirOi Profe. Silvia!
ResponderExcluirEu nãoo coinhecia seu blog, vi lá no site do Sol Miró. Que lindas as fotos! Nossa, quanta dica, profe!!!
Adorei as dicas de Buenos Aires. Vou com meus pais para lá em junho.. no frrrio! Beijão profe!
Boa descoberta: a estrada da Graciosa. Levo em conta.
ResponderExcluirBonito o Parque Mãe Cativa.
Gostei das fotos são muito lindas!!! Um saludo
Carmen
Ow, Priscila, que legal! TOmara que faça ótimo tempo no período!:-)
ResponderExcluirMurica e Sirlene: eu sou jaguara, mas não jogo lixo no chão! hahahahaha!
ResponderExcluirOi Lilian, brigada pela visita. Vocês vão a Bariloche também? :-)
ResponderExcluirOi Carmen! Espero que o "En Busca de la Cuadratura del Círculo" venha logo para cá! :-)
ResponderExcluiroushi, quem adora essas malukices, é o doido do meu primo.qq coisa veja o blog dele.
ResponderExcluirwww.ultrapassandobarreias.blogspot.com
ele vivia me falando da serra da graciosa, quando ele ia acampar. deve ser showw