A geografia me causa amnésia. Isso, para quem trabalha com jornalismo especializado em turismo, como eu, é - invariavelmente - um vexame. Sempre confundo os estados de Roraima e Rondônia (nunca sei a capital de um ou de outro) e não tenho a menor idéia em que lado ficam as Ilhas Maurício, Seychelles ou Maldivas. Se alguém coloca um mapa-mundi na minha frente eu jamais poderei localizar - talvez apenas apontar remotamente - alguns lugares como Vietnã, Camboja ou Tibet. Nem sei dizer qual o maior rio navegável, o maior em profundidade, o maior em extensão, o maior em... ah, deixa para lá.
Apesar de toda a minha fragilidade no tema – e fazendo toda essa análise – descobri que a coisa que mais aprendo quando viajo é, justamente, geografia. Agora já sei que aquele rio famoso de Londres é o Tâmisa. Nunca mais vou esquecer que o oceano que banha Acapulco, no México, é o Pacífico. Pois lá foi a primeira vez que vi o sol se por no mar. E para quem não gosta de praia como eu, estou quase uma expert no assunto: já mergulhei no Mor Morto, em Israel. (Mergulhar é modo de dizer, boiei, na verdade). Entendi que é a porção de água com maior concentração de sal do mundo - por isso ninguém afunda - e que é o ponto mais baixo da terra.
Em São Paulo fiquei muda quando soube que a linha imaginária do Trópico de Capricórnio passa bem “dentro” da Catedral da Sé. Em Manaus vi de perto o encontro dos rios Negro e Solimões. Ah, sim, me lembrei: o rio Amazonas é o mais extenso do mundo, com cerca de 6.500 quilômetros. (Confesso, quando o avistei pensei que fosse o Atlântico). Depois de uma visita a Manhuaçu, nunca mais esqueci que a Serra do Caparaó fica em Minas em Gerais. Ao passar dois dias em Brasília me dei conta que a umidade do ar por lá pode chegar a zero! E só mesmo quando fui ao Canyon Guartelá, no Paraná, é que entrou na minha cachola que estava conhecendo o 6° maior canyon do mundo.
Ainda sigo sem saber qual a montanha mais alta, a mais larga, a mais nevada, seja do Brasil, da América Latina ou do mundo. (O Brasil tem picos nevados?) Mas o exercício acima me fez sentir menos culpada por não saber que a Chapada das Mesas, ficava no Maranhão, ou melhor, que ela simplesmente existia.
terça-feira, 15 de maio de 2007
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oiê...só pra constar, o Trópico de Capricórnio tbém passa por Maringá...é bem na saída pra Campo Mourão...hehehe
ResponderExcluirbjos
Mas isso é muito chique! "Pisei no trópico de capricórnio" ou "Vivi no trópico de capricórnio"!
ResponderExcluirGenial!
Mas...a Serra do Caparaó fica na divisa de Minas com o MEU Espírito Santo!!!! Como você pode esquecer esse detalhe?
ResponderExcluirÉ lindo lá né? Subiu o Pico da Bandeira? Eu subi, eu subi!!! Tudinho até o pico mesmo...tudo bem, eu tinha oito anos, mas subi!
Ah, e o Pico da Bandeira é o terceiro mais alto do país, porém considerado o maior dentro do território brasileiro, porque os outros dois, o 31 de Março e o da Neblina - número um no ranking - fazem fronteira com... a Venezuela se não me engano.
ResponderExcluirViu? Gisela também é cultura...pelo menos nacionalmente falando, rs...
- você já sabia disso, né? hehehe, eu já imaginava -
Noooossa, fica na divisa com o Espírito Santo??? Mas eu sou muito iNgnorante mesmo. Nem sabia que tinha chegado tao perto do seu estado. Agora, com esse monte de dados dos picos, minha cabeça já deu tilt de novo!
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