sábado, 15 de julho de 2006

LISBOA: da Baixa à Alfama

Quando viajei pela primeira vez à Europa, em 1997, Portugal nem sequer entrou na minha lista. Numa segunda tentativa, indo para o Oriente Médio, passei direto, com stop apenas em Madri. Em outra oportunidade, com destino às Ilhas Canárias, investi em uma passagem pela Alitália e fiz baldeação em Milão. Só em 2001 – e porque comprei um bilhete bem mais econômico da TAP– fui “obrigada” a descer em Lisboa. Depois disso, já voltei quatro vezes. Mais do que qualquer outra capital européia. Não, não é minha preferida. Mas é uma daquelas deliciosas surpresas como Veneza e Sevilha.

Por todos os motivos já enumerados no post PORTUGAL: vem para cá, ó pá!, Lisboa passou a ser a minha porta de entrada no velho continente.Não é uma cidade muito grande, tem um serviço de transportes muito eficiente, come-se muito bem, paga-se muito pouco, tem um monte de história para contar (isso sim, meu ponto fraco!) e funciona 24 horas, de segunda a segunda. (Alguns shoppings de Sevilha, por exemplo, fecham aos domingos!)

Bairro a bairro

BAIXA

Com disposição, em dois dias é possível conhecer o básico da cidade. Comece pela Praça do Comércio, à beira do rio Tejo. Daqui saem as barcas para a margem sul de Lisboa. Era aqui também a porta de entrada da cidade, onde desembarcavam reis, nobres e políticos importantes. Dê as costas para o rio e verá o arco da rua Augusta, o início de um calçadão cheio de lojas, cafés, bancos, casas de câmbio e floriculturas ao ar livre. No fim desta ruazona para pedestres está a Praça do Rossio com uma estátua do nosso Dom Pedro I, véio de guerra. Para eles, Dom Pedro IV. Ao lado tem a Praça da Figueira, uma espécie de boca maldita portuguesa e daqui de baixo é possível ver as muralhas do Castelo São Jorge lááá em cima. Do lado oposto à Praça da Figueira está a Praça dos Restauradores com um enorme obelisco erguido após a libertação de Portugal do domínio espanhol em 1640. Nesta praça há um excelente escritório de informações turísticas.

CHIADO

O Chiado é vizinho à Baixa. Cheio de lojas chiques, o bairro também é sede da ancestral Livraria Bertrand, aberta desde 1732. Mas do que eu gosto mesmo no Chiado é o café A Brasileira, freqüentado no passado por ninguém menos que Fernando Pessoa. Tem até uma escultura em metal do poeta em tamanho natural, sentado em um banquinho por ali. Fotinho obrigatória. Entre e peça um pastel de belém (doce típico) e uma “bica”, o nosso cafezinho. São € 3, nada mais e você tal qual um lorde português. A galeria Armazéns do Chiado tem três andares de lojas óbvias, mas a visita vale a pena porque é uma construção histórica totalmente recuperada.

ALFAMA

Alfama é o ponto alto – em todos os sentidos – de uma visita a Lisboa. Subindo ladeira em direção ao Castelo de São Jorge a primeira parada é a Catedral da Sé, construída sobre uma antiga mesquita. Numa das capelas está a pia onde Santo Antônio foi batizado. Não sabia? Santo Antônio de Pádua, o casamenteiro, era português! Nasceu e cresceu aqui. Só depois foi viver na Itália. É o santo padroeiro da cidade. Caminhado um pouco mais a gente dá de cara com o Miradouro de Santa Luzia, que promove uma daquelas vistas da capital portuguesa. Por aqui, às terças e aos sábados acontece a Feira da Ladra, estilo mercado das pulgas. Vendem de lâmpada queimada a artesanato regional, passando por xícaras de porcelana do século XVI a reproduções do Galinho de Barcelos.

Comendo em Lisboa


O bacalhau é o prato típico, não nego. Mas ninguém agüenta comer o peixinho salgado todos os dias. Você almoça feijoada todos os dias? Então! É possível provar o delicioso queijo da Serra da Estrela ou a sopa alentejana. Não busque, necessariamente, os restaurantes turísticos ou indicados pelos guias oficiais. Boteco, bar, padaria, botequim, baiúca, bodega e taverna existem em qualquer lugar do mundo, com a grande vantagem de sempre oferecerem uma comida regional e barata!

Lembrando que....

Ônibus é autocarro, trem é comboio e bonde é eléctrico.

Seção mão-de-vaca-muquirana

Lisboa por € 1,20? Pegue o Eléctrico nº 28. Ele circula pelos principais pontos turísticos num trajeto charmoso e muito típico. Andar de bonde já é legal, imagine sentadinho ali naquela janela de madeira, circulando por ruelas estreitas vendo o melhor da cidade? Embarque na Baixa e ele vai parar lá na Alfama. Você pode comprar o bilhete diretamente com o motorista e ele vale para uma única viagem até o ponto final. Mas se quiser descer, por exemplo, na Basílica da Estrela, vale a pena. O interior da igreja é lindo. Depois retome o bonde, pague nova passagem e siga o caminho. Não serão - seguramente - estes € 1,20 a mais ou a menos que lhe deixarão mais pobre. Pelo contrário!


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5 comentários:

  1. Puxa, que saudade da Terrinha! Você podia colocar umas receitas de bacalhau ou da própria sopa alentejana aqui! Sugestão!
    Beijinhos!

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  2. Ana Cristina Gonçalves17 de julho de 2006 às 06:46

    Onde está BELÉM??? Eu quero, eu quero...

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  3. Caaaalma! Já vem algo sobre o bairro de Belém. E vc tem que dar um desconto: não sou blogueira de nascença... Tô aprendendo ainda! hehehehe.
    Abs,
    Silvia

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  4. Silvinha te entendo, a velocidade que o blog pede é alucinante!!! Muitos beijos

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  5. Soy Patricia, es que me olvide el numero secreto de turomaquia! jejejeje Cosas de la edad!

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