Itacaré, Arembepe ou Cumuruxatiba? Ou seria Moreré?
 Itacaré, Arembepe ou Cumuruxatiba? Ou seria Moreré?
Vi a chamada na página principal do UOL. A Fernanda Braga, nossa correspondente internacional, também encaminhou a matéria - lá de Sevilha. Deve ser a próxima capa da Revista Viagem & Turismo. Muito em breve estará no The New York Times. A bomba: novo paraíso no litoral baiano, MORERÉ. Peraí, você já ouviu falar de Moreré? Assumo, eu não. Mas não me deprimo. Há cinco anos eu não fazia a mais remota idéia de onde ficava Itacaré, há 10 todo mundo achava que Trancoso era um lugar fictício e há 20 anos, só minha tia Edileuza tinha ido a Jericoacoara. O que eu sei é que não caio mais nessa pegadinha. Olha só como começa a matéria: “Que tal passar uns dias numa praia deserta, cercada de vegetação virgem e banhada por mar azul? Conhecida como Polinésia Baiana, a praia de Moreré, localizada na lha de Boipeba (BA), é um daqueles paraísos ainda conservados...”
E eis, o veredicto:
"Durante o dia, um banho de sol, um mergulho no mar e uma boa caminhada são os atrativos. Descanso à sombra dos coqueiros (...) A noite é embalada pelo som dos pássaros, cigarras e grilos. As fogueiras iluminam a escuridão”.

Hoje, eles são referencia em tudo: música, arte, literatura e, óbvio, praia paradisíaca - um dos maiores atrativos de qualquer destino. E sobretudo, movimentam com excelência a maior indústria do planeta, a turística. Aliás, isso de “Polinésia Baiana”, é coisa de mestre. Deve ser o mesmo publicitário (amigo do Jaime Lerner) que inventou o título de Capital Ecológica (arg!) para Curitiba. É cafona, mas funciona.
Em boa parte do mundo, incluindo quase toda a América Latina, hoje se comemora o Dia de São Valentim, o nosso Dia dos Namorados. Reza a lenda que Valentim era um padre do século III a.C., que casava em segredo jovens apaixonados. No Brasil a data é celebrada no dia 12 de junho por ser véspera do dia 13, Dia de Santo Antônio, o casamenteiro. Aqui, o dia foi criado pelo comércio paulista e depois adotado por todo o país. O objetivo é quase sempre o mesmo: incentivar a troca de presente entre os enamorados. Foto: J. Melo
 
Há algum tempo comentei com meu amigo Gerson (editor-chefe do Matraqueando) que queria ir à Índia. Ele, assustado, disse que alguém havia falado que o país era muito sujo. Huuumm, matutei: sim, claro, se fosse limpo, não seria a Índia! É certo. Nem toda viagem é para todo mundo. Eu, por exemplo, gostaria muito de conhecer o Afeganistão. Mas não tenho o menor espírito de correspondente de guerra. (Só passei a régua em Israel quando tudo estava bem calminho por lá.) O fato é que não se pode recomendar lugares muito excêntricos ou extravagantes para qualquer tipo de turista. Por isso, antes de realizar um daqueles devaneios das aulas de história - quero conhecer as Pirâmides de Gizé - é importante detectar se você realmente pode (ou deve) visitar o Egito:
Evite se você...Fotos: Matraca´s Image Bank
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EGITO combina com:
Não tenho mais nenhum grande sonho de viagem. O maior deles, já realizei. Subi o Monte Sinai. Quero, sim, ir a Machu Picchu. Também está na minha lista Jaipur, na Índia. Recentemente inclui no meu rol (por obra e graça do Guilherme) a paradisíaca São Mateus, no Espírito Santo. Mas não são sonhos. São desejos de conhecer estes lugares. Depois que passei pelo Egito tudo foi consumado. A subida ao monte onde Moisés teria recebido os 10 Mandamentos foi o final consagrado da minha expedição ao país dos faraós. 
Não há evidências arqueológicas da passagem do profeta por aqui. No entanto, a região é sagrada para três religiões: cristianismo, judaísmo e islamismo. Chegar ao monte é simples, mas não tão fácil. A cidade base é Dahab, um balneário famoso no sul da Península do Sinai. Praia! A subida começa à meia noite. Dura quase quatro horas. São 5 mil degraus escavados na rocha. (Com certeza, a primeira e última escalada da minha vida. Como sabem, não sou adepta a montanhismo.) Mas nem por isso reclamei. Eu planejei, eu quis, eu realizei. Ninguém sobe de dia por causa do calor. O Monte Sinai está no meio do deserto. Atraquei-me ao topo por volta das 4h da manhã.
Estando lá em cima é só esperar o sol nascer. Maktub.
Fotos: Matraca´s Image Bank
Para mim, não existe a maldição da múmia, mas - sim - a maldição do chá. Onde quer que você esteja, aonde quer que você vá, no Egito vai ter sempre alguém (geralmente uma pessoa interessada em vender algo) oferecendo-lhe o afamado chá de menta. Nem pense em recusar, é ofensa imperdoável. E aí, lá pelo quinto dia de viagem, já no 47º chazinho - e nem pelo poder de Alá você conseguir engolir a dita cuja da bebida, dê para o companheiro ou companheira de viagem beber também o seu (eu fiz isso). Mas devolva o copo vazio! Agora, se estiver viajando sozinho pense pelo lado positivo: chá acalma, emagrece e pode ser até afrodisíaco.
Um pouco da história da humanidade está literalmente amontoada no Museu do Cairo. É possível ver uma cabeça de Ramsés II esculpida em basalto jogada em algum canto do museu ou ainda os pertences de Tutankamón - incluindo a máscara do faraó-menino (foto) - catalogados em pequenos pedacinhos de papel escritos à mão. Os turistas encontram vitrines cheias de poeira e, às vezes, até sem identificação. Ainda assim foi o museu mais espetacular que conheci. (Não, não foi o Louvre). É certo que um visitante museístico fundamentalista não teria gostado muito. Mas você está na alma do Egito e é essa desorganização que dá ao país boa parte do seu charme. Em tempo: lugares exóticos costumam não funcionar muito bem. Se funcionassem, não seriam exóticos. Seriam Nova York, Londres ou Curitiba.
Não conheci o Colosso de Rodes nem os Jardins Suspensos da Babilônia. Pelo que imagino, tampouco vou me deslocar à África para ver os gorilas ameaçados de desaparecer. Mas as Pirâmides – a única da sete maravilhas do mundo antigo que ainda resiste – já garanti. Se você tiver a sorte de se hospedar num dos disputados hotéis-muquifo de Gizé, a 18 km do Cairo, pode ter a grata satisfação de ver da janela do seu quarto o mais famoso monumento do Egito. Quem pensou que para chegar até lá era preciso andar horas no deserto, se arrastar pelas areias do Saara, ver miragens... se enganou direitinho. 
Dois quilômetros da cidade e lá estão elas. Construídas há quase 5 mil anos. Os guias - que aparecem sempre de repente, não se sabe de onde, nem porquê - vão lhe oferecer um camelo. O simpático e desengonçado bicho nos leva até os monumentos por um caminho bem mais longo. E então você passa pelo menos uns 40 minutos debaixo de um sol escaldante (se não, num ia ter graça), comendo areia (é o Saara!) em cima daquela geringonça, que sobe e desce sem parar. Confortável não é, mas nada supera a emoção de andar a camelo no maior e mais famoso deserto do mundo... ainda mais rumo às pirâmides! Os Beduínos são fichinha perto da disposição que a gente arruma para viver, mesmo que por poucas horas, como um deles.
